A perfuração da membrana timpânica forma uma conexão entre a orelha externa e média, sendo decorrente de diferentes etiologias. A maior incidência dessa condição, segundo a literatura, é encontrada em homens, sendo que a maioria das causas são devido a um trauma ou infecção, principalmente por otite média aguda. O presente estudo é do tipo coorte retrospectivo, com coleta de dados em prontuários no Centro Auditivo em Cascavel-PR, entre o período de abril de 2019 à agosto de 2022, totalizando cerca de 4000 prontuários, sendo 109 devido a perfuração de membrana timpânica. Os dados coletados demonstraram uma maior frequência em mulheres (58,7%), com um acometimento parecido entre as orelhas (direita 38,5%, esquerda 33% e bilateral 22,9%). Notou-se ainda que a maioria dos casos estão relacionados à otite (69,7%), enquanto 4,58% são devido a trauma por aplicador com ponta de algodão, 3,66% devido a trauma por corpo estranho e 9,17% devido a trauma por agressão ou som alto. A preferência quanto ao tratamento foi terapia conservadora (73,49%), dada a capacidade regenerativa da membrana timpânica. Aproximadamente metade dos pacientes (44,03%) apresentaram como complicação perda auditiva. Conclui-se, portanto, que neste estudo houve uma maior prevalência de perfuração de membrana timpânica em mulheres, em especial na orelha direita. Notou-se, ainda, que a maioria dos casos estão relacionados à otite e cerca de uma quinta parte ao trauma, com preferência de tratamento conservador, e cerca de metade dos afetados tiveram como consequência perda auditiva.