Introdução: Encefalite autoimune corresponde a um grupo de doenças em que há produção de anticorpos contra autoantígenos neuronais, sendo a principal delas a encefalite anti-receptor NMDA. Objetivo: Esta revisão busca elucidar as etiologias, quadro clínico e critérios diagnósticos associados a esta patologia na população pediátrica, colaborando com o diagnóstico precoce e redução da morbimortalidade. Método: Consiste em uma revisão literária, com levantamento de dados nas bases: Scielo, UpToDate e PubMed. Incluíram-se artigos completos, nas linguagens inglês, espanhol e português e publicados a partir de 2000. Foram excluídos trabalhos duplicados, sem um diagnóstico definido, que tratam exclusivamente de neoplasias ou com experimentos animais. Totalizando uma seleção de 47 artigos. Resultados e Discussão: encefalites por anticorpos anti-NMDA apresentam uma incidência de cerca de 0,85 casos por milhão de crianças do segundo ao décimo ano de vida. Classicamente possuem pródromos como febre, diarreia ou sintomas respiratórios e após apresentação aguda ou subaguda de sintomas psiquiátricos, convulsões, déficit cognitivo, rebaixamento do nível de consciência e disfunção autonômica. O diagnóstico é baseado em critérios clínicos e exames laboratoriais. O tratamento inicial consiste no uso de aciclovir, devido ao fato de a infecção por herpes simples ser a etiologia viral mais comum a população pediátrica e posteriormente corticoterapia e/ou imunoglobulina. Apresenta prognóstico favorável quando as medidas terapêuticas são iniciadas precocemente. Conclusão: Novos estudos elucidando a fisiopatologia relacionada a encefalite anti-receptor NMDA causada pelo vírus Epstein-Bar e COVID-19 são necessárias. Com uma apresentação clínica variável, tal patologia apresenta-se como um desafio diagnóstico.