Resumo: Essa pesquisa teve como objetivo compreender a atuação da mulher microempreendedora individual -MEI, atuante na Região Metropolitana de Belém-Pa, considerando suas motivações para exercer a atividade empreendedora, a contribuição para o empoderamento feminino e as percepções acerca da formalização e do crescimento dos negócios. Trata-se de pesquisa exploratória na essência, realizada mediante análise documental, entrevistas e levantamento, realizadas em 2015. Como resultado, foi possível observar que as MEIs estão atuando em atividades diversificadas, trabalham de forma participativa, organizada e planejada e buscam conhecimentos úteis para o desenvolvimento do negócio. As microempreendedoras alegaram que implementaram ações de inovação, reduziram desperdícios e vêm tomando consciência que essas atitudes devem servir de exemplo e serem divulgadas para avanço da sustentabilidade. Conclui-se que o empreendedorismo é uma alternativa viável de inclusão social e econômica para essas mulheres, destacando-se o crescimento pessoal, o empoderamento feminino e a contribuição para o desenvolvimento da região onde atuam.Palavras chave: Empreendedorismo. Mulheres. Microempreendedoras Individuais. Região Metropolitana de Belém.
IntroduçãoA inserção da mulher em atividades empreendedoras tem crescido em todo mundo, e entre os fatores que motivam essa inserção se destacam ocrescimento e a disputa acirrada no mercado de trabalho, que passa a ser vivido por homens e mulheres que, sem dúvida, pretendem igualar suas oportunidades e reconhecimento (HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2014).No Brasil, a participação das mulheres nas taxas de empreendedorismo na primeira década dos anos 2000 se manteve em torno de 49% (IBPQ, 2012). Portanto, se torna relevante conhecer sua importância no cenário econômico e as razões que as mulheres têm para empreender, as particularidades do empreendedorismo feminino, a trajetória da mulher no mercado de trabalho, setores do empreendimento, formas de gestão e consequências para a sociedade.Vale frisar que, a despeito da relevância da participação feminina na taxa de empreendedorismo, esta não tem sido uma tarefa fácil. Gimenez (2010) afirma que as mulheres têm muitos empecilhos como, por exemplo, o acesso a fontes de financiamento e o processo sucessório nas empresas familiares, pois o pai sempre idealiza a perpetuação de seus negócios com os filhos homens. Ademais, a vida profissional e familiar confronta-se com os problemas e as oportunidades de analisar e fazer crescer um novo empreendimento, sendo que os sonhados horários flexíveis normalmente se transformam em horas extras devido à sobrecarga de trabalho.