Coinfecção Com Staphylococcus Aureus Como Agravante Da Covid-19

Abstract

Objetivo: investigar índices de ocorrência de coinfecção Staphylococcus aureus e SARSCoV-2 e discutir o uso de antimicrobianos durante a pandemia COVID-19. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura com busca de artigos na base de dados médicos internacional PubMed, com a produção de um fluxograma que inclui identificação, seleção e inclusão dos dados. Resultados: Os dados de coinfecção com S. aureus em pacientes COVID-19 são ainda escassos, todavia atentampara uma taxa de coinfecção baixa. Embora os índices estatísticos sejam baixos, quando esse tipo de coinfecção se faz presente, resulta em agravamento da COVID-19 elevando a chance de letalidade. Suspeitas de coinfecções levam ao uso de antibióticos, muitas vezes de forma empírica, o que pode favorecer o aumento da seleção de bactérias resistentes, sendo este último ponto um problema grave de saúde pública mundial. Considerações finais: A partir da situação atual, é imperativo aconselhar o uso racional de antimicrobianos, mediante critérios clínico-epidemiológicos, rastreio laboratorial e teste de sensibilidade aos antimicrobianos. Tais parâmetros asseguram o correto tratamento, controlam a seleção de cepas multirresistentes e auxiliam na segurança do paciente.

Probióticos – uma espada ou um escudo no desfecho da COVID-19?

“…Em indivíduos com COVID-19 foram observadas alterações na composição da microbiota intestinal em relação a indivíduos saudáveis. Houve redução de micro-organismos simbiontes e aumento de patógenos oportunistas, que persistiram mesmo após a eliminação do SARS-CoV-2 (Araújo et al, 2021;Gu et al, 2020;Tang et al, 2020;Yeoh et al, 2021;Zuo et al, 2020) podendo levar a alterações no eixo intestino-pulmão (Aktas & Aslim, 2020). 9 fortemente associadas à casos mais severos de COVID-19 (Zuo et al, 2020).…”

“…Dentre esses, o "temor" frente a possibilidade de coinfecções, especialmente as bacterianas; ainda que os dados apontem baixa incidência (Lansbury et al, 2020), têm levado a uma prescrição massiva de antibióticos e antifúngicos como profilaxia auxiliar ao tratamento da COVID-19, particularmente nos pacientes que desenvolvem a forma grave da doença (Abelenda-Alonso et al, 2020;Clancy & Nguyen, 2020;Malcolm et al, 2020). O que se observa nessas prescrições é o modelo empírico, muitas vezes empregado para tratamento ou prevenção de IRAs (Infecções Relacionadas à Assistência) (Abreu & Silva, 2021;Araújo et al, 2021). Essa tomada de decisão na clínica do paciente "flerta" com desfecho catastrófico, dado que promove pressão seletiva sobre os micro-organismos, além de favorecer o "surgimento" de resistência microbiana (Abreu & Silva, 2021;Araújo et al, 2021;Nori et al, 2021).…”

“…O que se observa nessas prescrições é o modelo empírico, muitas vezes empregado para tratamento ou prevenção de IRAs (Infecções Relacionadas à Assistência) (Abreu & Silva, 2021;Araújo et al, 2021). Essa tomada de decisão na clínica do paciente "flerta" com desfecho catastrófico, dado que promove pressão seletiva sobre os micro-organismos, além de favorecer o "surgimento" de resistência microbiana (Abreu & Silva, 2021;Araújo et al, 2021;Nori et al, 2021). A resistência bacteriana e fúngica já é tratada como um grave problema de saúde pública mundial, amplamente discutido (Hsu, 2020;Rawsonet al, 2020;Rawsonet al, 2020).…”

“…Portanto, alterações na composição da microbiota que resultam em disbiose podem impactar no desenvolvimento, evolução e resultado de infecções mais graves, inclusive de pacientes hospitalizados em UTI (Araújo et al, 2021;Barko et al, 2018;Kitsios et al, 2017;Levy et al, 2017;Thursby & Juge, 2017;Weiss & Hennet, 2017).…”

“…Por outro lado, foi observado um maior aumento relativo de Actinobacterias entre os indivíduos saudáveis em comparação ao grupo doente (26,1% e 19,0%) (Yeoh et al, 2021), corroborando com os dados encontrados por Khan et al (2021) Além disso, mesmo com poucos dados, deve ser dada a devida atenção a coinfecção por S. aureus em pacientes COVID-19. Pois mesmo com baixas taxas de coinfecção reportadas, quando presente, pode desdobrar em complicações levando a COVID-19 de forma grave e aumenta a chance de morte do paciente em decorrência de tal coinfecção (Adeiza et al, 2020;Araújo et al, 2021;Garcia-Vidal et al, 2021;Mahmoudi, 2020).…”