Este artigo emerge de um estranhamento causado ao observar as olimpíadas de matemática se naturalizando nas escolas brasileiras e os estudantes sendo qualificados como atletas da matemática. Impulsionadas por tal estranhamento desenvolvemos uma digressão histórica remontando à Grécia Antiga durante o período de desenvolvimento dos Jogos Olímpicos da Antiguidade, onde destacamos o momento pitagórico e o momento platônico por darem visibilidade tanto às competições atléticas quanto à matemática. Nesse movimento usamos conceitos da filosofia da diferença para construirmos nosso caminho. Em particular, trabalhamos com o conceito de gagueira de Deleuze para variar o conceito de história de Foucault. Com as análises efetuadas sobre os Jogos Olímpicos da Antiguidade, o momento pitagórico e o momento platônico pontuamos continuidades e descontinuidades entre essas práticas e as olimpíadas de matemática da contemporaneidade. Inferimos que a constituição de atletas pode se configurar no eixo que aproxima tais práticas.