O portunhol configura-se como um fenômeno linguístico a partir da hibridação do português
com o espanhol em situações de contato. Esse processo ocorre sobretudo em regiões fronteiriças
geralmente nos seguintes casos: no espaço geográfico onde existem comunidades de fala que
permitem o contato do português com o espanhol e também nas relações interpessoais. O
portunhol não é, de certa maneira, levado em consideração no processo de ensino-aprendizagem
em muitas instituições de ensino, principalmente desses locais de fronteira, por ser considerado
um código linguístico “errado” no ato da comunicação verbal. Este artigo tem por objetivo
apresentar os diferentes contextos comunicativos de representação do portunhol e as
implicações atribuídas ao seu uso. Para isso, foram utilizados alguns autores que fundamentam
teoricamente esta pesquisa em uma perspectiva bibliográfica, tais como: Dell Hymes (1972),
Brito (2010), Lipski (2011), Bagno (2011), Zolin-Vesz (2014), Sturza (2019), os quais
apresentam discussões e reflexões sobre essa temática. Ao final, são apresentadas algumas
considerações sobre a questão do portunhol, bem como maneiras de se pensar e refletir sobre
seu emprego nas muitas práticas comunicativas. Trabalho desta natureza é relevante, pois
contribui, de certa forma, para a quebra do preconceito linguístico, tendo em vista ser mais
importante, linguisticamente, no ato comunicativo, a compreensão da mensagem e não a
maneira como ela é transmitida pelos falantes.