RESUMO Este artigo propõe analisar a reportagem "Cariocas fazem 'esfihaço' para apoiar refugiado sírio agredido em Copacabana", veiculada em 12 de agosto de 2017, pelo portal G1, que alude à acolhida e à intolerância a um refugiado sírio no Brasil. Entende-se que tal reportagem apresenta um mesmo Brasil construído discursivamente de modos diferentes: o país da hospitalidade e o país da intolerância. A análise é amparada em conceitos como orientalismo (SAID, 2016) e migração (árabe) (OLIVEIRA, 2002; SEYFERTH, 2002; 2008; BRANDÃO, 2007; PINTO, 2010; 2014; FARAH, 2014; HAESBAERT, 2014; ZOLIN-VESZ, 2015; 2016a; 2016b; BAUMAN, 2017). Conclui-se que é no embate entre a hospitalidade e a intolerância, em constante tentativa de uma se firmar diante da outra como mais verdadeira, que a reportagem parece contribuir para a compreensão do Brasil contemporâneo.
Este artigo se contrapõe à perspectiva que associa o portunhol à noção de interlíngua, que conduz ao erro e à insuficiência do aprendiz que não progride em direção ao domínio proficiente da língua espanhola. Por meio de conceitos oriundos da Sociolinguística e dos estudos do discurso, busca-se construir uma concepção do portunhol que se produz na sala de aula de espanhol como translíngua, como produto de uma epistemologia de fronteira. Dessa forma, propõe-se para o ensino de espanhol uma pedagogia translíngue, que se pauta no movimento entre as fronteiras linguísticas do português e do espanhol, no movimento que o aprendiz faz, como falante de língua portuguesa, em direção à criação de sentidos na sala de aula de espanhol.
Neste artigo, analisamos o texto "Xuxa promove a magia da inclusão", publicado na edição n. 993 da revista Caras, a fim de compreender, por meio da associação entre as escolhas verbais e não verbais, como o referido texto constrói/ perpetua, discursivamente, Xuxa como promotora da inclusão social, em especial de crianças com síndrome de Down. Os resultados da análise apontam a manutenção, a um só tempo, da representação de Xuxa como serva dos baixinhos, com base na comodificação de sua imagem, que constitui a origem da representação de Xuxa promotora da inclusão social, e de um discurso sedimentado na concepção de uma inclusão essencialista, forjada em uma visão baseada no exótico, que parece homogeneizar a inclusão social dos portadores da síndrome de Down.
RESUMO: O objetivo deste artigo é buscar compreender, partindo dos relatos da professora de espanhol, da coordenadora pedagógica e da diretora de uma escola pública que, desde 2000, oferece o idioma como disciplina obrigatória e única língua estrangeira de sua matriz curricular do 6º ao 9º ano, duas crenças que envolvem a adoção do ensino da língua nessa escola. Crenças são entendidas como produtos sociais, históricos e políticos conectados aos contextos sociopolíticos mais abrangentes (BARCELOS; KALAJA, 2011). Os resultados sugerem que o ensino do espanhol nessa escola parece constituir discursivamente um artifício para a manutenção da estratificação social e do status quo, dado que os relatos dos participantes da pesquisa não abrem o ensejo de transformação social. PALAVRAS-CHAVE: crenças sobre ensino e aprendizagem de línguas; espanhol.ABSTRACT: The purpose of this paper is to understand, through the Spanish teacher's, the pedagogic coordinator's, and the principal's accounts, two beliefs about the teaching and learning of Spanish in an elementary public school that has included Spanish as a foreign language in its syllabus since 2000. Beliefs are seen as socially historical and political products, connected to the broad sociopolitical contexts KALAJA, 2011). Results suggest that the teaching of Spanish as a foreign language in that school seems to be discursively an artifice to maintain the social stratification and the status quo. KEYWORDS: beliefs about language teaching and learning; Spanish as a foreign language.* fernando.vesz@blv
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