INTRODUÇÃOAs associações sindicais são fundamentais para a nossa sociedade na medida em que desempenham funções de interesse público, quer de ordem económico-social (em que se incluem os fins sócio-profissionais) quer de ordem estritamente social ou cultural (Leal, 1979).Fields e Thacker (1991) consideram que o sindicato pode ser conceptualizado como um grupo com um nível de influência que transcende a influência de qualquer membro. Deste modo, os sindicatos são importantes porque, em geral, negoceiam a estabilidade de emprego, procurando construir a coesão do grupo (Pfeffer, 1995).No entanto, a relação entre um indivíduo e o seu sindicato é baseada numa relação de troca diferente daquela que existe entre um indivíduo e a entidade empregadora. Enquanto que numa empresa o indivíduo é pago pelo seu trabalho, num sindicato o indivíduo paga para ter direito a certos benefícios e serviços (Tetrick, 1995). Se estas duas relações de troca fossem simétricas, seria de esperar que a implicação com a organização e a implicação com o sindicato fossem semelhantes. No entanto, Tetrick (1995) considera que esta relação não é simétrica e que a própria assimetria é importante para compreender o desenvolvimento e a manutenção da implicação com o sindicato, uma vez que esta é um determinante crucial para que os sindicatos consigam ser eficientes nas negociações com as empresas (Fullagar & Barling, 1989).Este trabalho teve por objectivo estudar a implicação com o sindicato e os possíveis factores de influência nessa implicação.A noção de implicação com o sindicato teve a sua origem no conceito de implicação organizacional, que Gordon, Philpot, Burt, Thompson e Spiller trouxeram para o estudo dos sindicatos em 1980. Estes autores definiram a implicação com o sindicato como um desejo de continuar membro de um sindicato, de trabalhar para o sindicato e como uma aceitação e crença nos objectivos desse sindicato.