RESUMO: Este estudo teve como objetivo avaliar um programa de treinamento das técnicas básicas com a bengala em ambiente escolar. Uma estudante com 13 anos de idade, com cegueira congênita, matriculada no 6º ano/ 5ª série do Ensino Fundamental, participou do estudo. Os instrumentos utilizados foram os protocolos de avaliação das técnicas básicas de orientação e mobilidade. As avaliações ocorreram em três ambientes: corredores, sala de aula e pátio, e o design quase experimental foi composto por pré-teste, intervenção e pós-teste. A análise foi quantitativa para os desempenhos da estudante e, na intervenção, qualitativa para a escolha das estratégias de ensino. Os resultados do pré-teste apontaram que a estudante não teve dificuldades em executar os comportamentos básicos das técnicas propostas, porém deixou de realizar aqueles que são específicos, que foram o foco do treinamento. As estratégias de ensino foram explicações, instruções e apresentação de modelos cinestésicos. Os resultados do pós-teste apontaram que a estudante conseguiu executar a maioria dos comportamentos de todas as técnicas em todos os ambientes. Conclui-se que o programa de treinamento teve sucesso devido: ao tipo de estudo quase experimental, que possibilitou objetivamente a avaliação dos comportamentos; às fichas de registro e de filmagem, que garantiram o controle do processo de ensino; às estratégias de ensino empregadas; ao ensino e ao treinamento focado no ambiente natural da aluna cega. Dois pontos foram identificados como necessários para melhora do uso das técnicas: o tipo de vestimenta, os acessórios, os calçados da aluna e o tempo de treinamento.