As crenças maternas são representações internas que guiam o comportamento da mãe em relação ao bebê. Este estudo investigou as crenças acerca do desenvolvimento sociocomunicativo de bebês nos três primeiros meses de vida. Participaram do estudo 20 mães, residentes na cidade de Campina Grande-PB, de diferentes níveis socioeconômicos. Foi realizada uma entrevista semiestruturada, gravada e transcrita de forma literal. Os resultados indicam variações nas crenças maternas em função do seu nível instrucional e da idade dos bebês e demonstram que a maioria das mães concebe que o modo de cuidar do seu fi lho infl uencia o desenvolvimento infantil. As mães acreditam que desde os primeiros meses após o nascimento, o bebê é capaz de compreender acontecimentos do meio no qual vive e de se comunicar com as mesmas. Esses resultados oferecerem novas informações para a literatura e podem subsidiar o planejamento de políticas públicas através de programas de orientação sobre desenvolvimento infantil às mães.
Com ênfase na importância do monitoramento da produção científica, podendo o mesmo indicar qualidade da e rumos tomados pela produção do saber, o presente estudo visa a mapear as produções no âmbito da psicologia escolar educacional e, mais especificamente, nos artigos científicos que apresentem uma perspectiva crítica nessa área. Para tanto, foi realizada uma busca bibliográfica das versões on-line, publicadas entre 2007 e 2011, disponíveis na página da revista Psicologia Escolar e Educacional, publicação semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE). Ao todo, foram analisados 134 artigos. Os resultados apontaram que 17 artigos (12,69%) foram classificados na perspectiva crítica. Cada estudo trata de importantes aspectos da psicologia escolar educacional, tendo como foco o papel do psicólogo na escola, a formação docente e a postura crítica dos agentes escolares. Todos os artigos selecionados fundamentam-se na teoria histórico-cultural, uma das abordagens críticas da psicologia resgatadas para a compreensão dos fenômenos educacionais, aqui considerados essencialmente psicossociais. Entende-se que esse levantamento representa um instrumento de fundamentação e de questionamento na formação acadêmica (graduação e pós-graduação) de alunos de psicologia, da área de educação e de áreas afins, e propicia um maior aprofundamento acerca de como vem se configurando a psicologia escolar educacional contemporânea e dos impactos nas práticas profissionais orientadas por uma perspectiva crítica.
RESUMO -Este estudo investigou as percepções maternas acerca da habilidade comunicativa intencional infantil. Pesquisas destacam o impacto dessas percepções nas interações estabelecidas entre mãe e bebê e suas repercussões no desenvolvimento da linguagem e da cognição social infantil. Participaram do estudo 40 mães de bebês de 4 e 9 meses. Os resultados mostram variações nas percepções maternas quanto às habilidades de comunicação intencional dos bebês. Os relatos maternos sobre os bebês de 9 meses evidenciam o uso de recursos comunicativos intencionais expressos por vocalizações, alternância do olhar, e gesto de apontar. Discutem-se as implicações dessas percepções nas interações adulto-bebê, no desenvolvimento sociocomunicativo infantil e em contextos de desenvolvimento e educação infantil. ABSTRACT -This study investigated maternal perceptions of infant intentional communicative ability. Researchs highlight the impact of these perceptions on the interactions established between mother and baby and their repercussions on language development and infant social cognition. The study included 40 mothers of babies aged 4 and 9 months. The results show variations in maternal perceptions about infants' intentional communicative abilities. Maternal reports about babies 9 months demonstrate the use of intentional communicative resources expressed by vocalizations, gaze alternation and pointing gesture. We discuss the implications of these perceptions in adult-child interactions, in child sociocomunicativo development and in contexts of child development and education. PalavrasKeywords: maternal perceptions, communicative intentionality, babies, early development 1 Endereço para correspondência: Rua Mário Batista Junior, n. 75, Ed.Quinta Avenida, apto. 301, Miramar, João Pessoa, PB, Brasil, CEP: 58043130. E-mail: fabiolabrazaquino@gmail.com A habilidade de comunicação intencional é um tipo especial de intencionalidade que emerge no comportamento infantil e um dos elementos cruciais para a gênese da comunicação, que cria formas peculiares de aprendizagem cultural e engajamento (Braz Aquino & Salomão, 2010, 2011bSanchez, 1991;Tomasello, 1999Tomasello, , 2003. Sobre esse tema, Grosse, Behne, Carpenter e Tomasello (2010), Tomasello (2003) e Tomasello e Carpenter (2007) defendem que ocorre, no final do primeiro ano de vida, o que eles denominaram de revolução dos nove meses, entendida como um fenômeno marcado pelo início do engajamento do bebê em relações triádicas e em episódios de atenção conjunta. Tais episódios envolvem o bebê, o adulto e um objeto ou evento, com o qual ambos compartilham o interesse. Para esses autores, a partir desse período, os bebês são capazes de acompanhar o olhar do adulto direcionado para um objeto, evento ou pessoa, demonstrando interesse no que o adulto observa, usar o adulto como referência social e aprender de forma imitativa.Para esses autores, a partir dos 9 meses de vida, determinadas capacidades cognitivas e comunicativas dos bebês tornam-se intencionais. Entre essas capacidades, Tomasell...
Segundo a perspectiva da interação social dos estudiosos da linguagem, esta se desenvolve por meio de interações bidirecionais estabelecidas entre adulto e criança desde as idades iniciais. O objetivo do estudo foi analisar a comunicação entre mãe e bebê na fase pré-verbal da criança. Participaram do estudo seis díades, filmadas em situação de brincadeira livre aos 6, 9 e 12 meses de idade do bebê. Os resultados demonstraram que, especialmente aos 9 meses, ocorrem mudanças, de modo que o gesto dêitico de alcançar deixa de ser única categoria utilizada pela criança e passa a ser substituído pelo gesto de apontar. Foi verificado também que os gestos representativos foram observados apenas a partir desta idade. Os gestos dêiticos mais utilizados no estabelecimento e manutenção de episódios interativos foram o de alcançar, por parte dos bebês, e o de mostrar, por parte das mães. Observou-se que mudanças nos gestos das crianças ao longo do seu desenvolvimento foram acompanhadas por mudanças nos gestos maternos. Tais resultados são relevantes no sentido de que contribuem para um maior conhecimento acerca da comunicação gestual mãe-bebê e do seu papel no desenvolvimento linguístico infantil.
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