O presente artigo busca refletir sobre o processo de implementação do Plano Municipal de Convivência com o Semiárido, no município de Serra Talhada - PE, problematizando a disputa de significados atribuídos ao discurso da Convivência com o Semiárido pela Sociedade Civil, através das Organizações Não Governamentais (ONGs), e pelo Estado, por meio do poder público. A análise desse processo nos leva a questionar o protagonismo da sociedade civil ante o contexto de proximidade desta com o Estado, produzindo uma espécie de Confluência Perversa. O exercício metodológico privilegiou a observação de reuniões, a análise de documentos e a realização de entrevistas. As evidências dão conta de que a Convivência, enquanto prática política, foi reduzida ao acesso a programas e políticas governamentais, à competição para a obtenção de cargos públicos e ao oportunismo político partidário, colocando em questão o potencial transformador da sociedade civil.