Considerações Acerca De Uma Experiência Pedagógica Realizada Na Biblioteca De Uma Escola Pública No Rio De Janeiro

Abstract

O presente trabalho apresenta aspectos de uma pesquisa em nível de doutorado, cujo tema foi o uso da biblioteca escolar numa escola localizada em um território vulnerabilizado na cidade do Rio de Janeiro. O objetivo foi analisar as potencialidades e as mediações pedagógicas de atividades realizadas no espaço da biblioteca, articulando o contexto mais amplo da escola com as atividades em sala de aula em prol de uma educação e formação críticas. Foi um estudo qualitativo fundamentado na pesquisa participante, no qual, além da observação, para as considerações apresentadas nesse artigo, são apresentados os dados coletados no Grupo Focal. Os resultados, tomando como base a experiência e as discussões do Grupo Focal, indicaram que os sujeitos (professores e gestores) consideram importante a existência e o uso da biblioteca na educação básica, assim como consideraram que a escola deveria investir e procurar estratégias para incorporar a literatura e o uso da biblioteca na articulação dos conteúdos curriculares de algumas disciplinas e de estabelecer, em definitivo, um mediador no espaço para auxiliar os alunos e professores.

Filhos de Brutus

“…No Brasil, no plano da tática, a revolução deveria ser desencadeada em resposta ao golpe das classes dominantes, em gestação, por intermédio de lutas coordenadas em diferentes frentes nas cidades e no campo. Moniz Bandeira (1962) O pensamento sociológico brasileiro, aqui denominado, está expresso em um conjunto de livros analisados 44 , escritos no interregno democrático por autores como Sérgio Buarque de Holanda (1937Holanda ( , 1973, Gilberto Freyre (1968aFreyre ( , 1968bFreyre ( , 1977Freyre ( , 2007, Roger Bastide (1958), Jacques Lambert (1967), Costa Pinto (1958), Fernando Henrique Cardoso (1964) e Florestan Fernandes. Intelectuais que discutem a questão da transformação social e da revolução, mas sem qualificar esta como brasileira, pois fazem silêncio ou rechaçam o conceito de revolução Brasileira.…”

“…Em seu livro Recôncavo. Laboratório de uma experiência humana, publicado em 1958, quando Juscelino Kubitschek implantava o plano de metas e construía a nova capital federal, uma conjuntura na qual o desenvolvimento era a palavra de ordem, Costa Pinto (1958) busca entender a problemática de como o novo nasce a partir daquilo que já existe.…”

“…Costa Pinto (1958) se declara, além de sociólogo, -filho do Recôncavo‖, gente da terra. Dispunha tanto da familiaridade em relação ao objeto de estudo quanto da distância necessária para observá-lo.…”

“…A partir desta abordagem, Costa Pinto (1958) propõe o conceito de marginalidade estrutural para interpretar as transformações em curso na sociedade brasileira naqueles idos, em seu presente histórico. Neste conceito existe uma rejeição da perspectiva culturalista, pois a colocação dos problemas se dá no plano da estrutura social e da perspectiva de mudança social entendida como processo histórico.…”

“…A coexistência de atividades agrícolas, onde persistem todos os tipos arcaicos de relações de trabalho encontrados na estrutura agrária do Brasillado a lado de atividades industriais, de tipo nitidamente capitalista, onde predominam relações de trabalho puramente contratuais, é outro ângulo pelo qual se pode observar, no Recôncavo, como uma amostra da dualidade estrutural da vida econômica e social tão característicos do Brasil como um todo: ali na zona do fumo os "dois Brasis" referidos por Lambert não estão um no litoral, outro no extremo sertão; estão adjacentes, vivendo numa mesma pequena área geográfica, contradizendo-se reciprocamente, nenhum dos dois possuído da devida força para se impor como forma predominante de estrutura e de estilo de vida social (PINTO, 1958, p.49). Costa Pinto (1958) mostra que, embora com qualidades e processos de fabricação e relações de trabalho distintas, o fumo produzido pelos fazendeiros e o fumo produzido pelas empresas modernas eram igualmente comercializados, coexistindo e complementando-se ambos os processos de fabricação do ponto de vista dos lucros. Dois estilos de relações sociais decorreriam destes processos de fabricação, porém, ambos conviviam e estavam em relação de interdependência.…”