Considerações éticas acerca da proteção da infância frente à prevalência de excesso de peso.

Abstract

O excesso de peso na infância potencializa a vulnerabilidade e a fragilidade desta fase do curso da vida. O aumento da prevalência do excesso de peso e de suas complicações na infância pode ser problematizado como impedimento ao alcance do potencial de desenvolvimento humano e do aprofundamento de suas vulnerabilidades frente às condições de saúde. Este trabalho trata de uma revisão crítica. sustentada em pesquisa teórica no campo da bioética e da saúde pública, apresentando as implicações para a infância perante a prevalência de excesso de peso, acerca das temáticas sobre vulnerabilidade, proteção e promoção a saúde. Considerações éticas sobre as condutas de proteção da infância podem auxliar no planejamento de estratégias de apoio à mudança de comportamentos e de manutenção da boa qualidade de vida, levando á formação dos individuos cuidadores de si e da infância, de uma consciência crítica a respeito dos probelmas de saúde e de seus fatores de risco.

Publicidade e comercialização de alimentos para lactentes e crianças de primeira infância: regulação como responsabilidade do estado brasileiro

“…(Brasil, 2015) A faixa etária de lactentes e crianças de primeira infância é considerada de grande importância do ponto de vista das práticas alimentares, pois é onde se formam os hábitos alimentares que poderão influenciar a dieta de toda uma vida. Diversos estudos demonstram a importância de se estabelecerem os bons hábitos alimentares nessa fase da vida, repercutindo também na prevenção de doenças não transmissíveis, como obesidade e diabetes e na promoção da saúde (Vieira, Silva, Vieira, Almeida, & Cabral, 2004;Rossi, Moreira, & Rauen, 2008;Brasil, 2015;Dratch, Rosaneli, Silva, Biscioni, & Cunha, 2017).…”

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“…Por um lado, pelo princípio da proteção integral, cujo fundamento é assegurar a atenção diferenciada à infância de modo a atenuar alguma situação que as impeça de exercer plenamente seus direitos sociais e, por outro, pela garantia destes direitos, como o acesso à saúde, assegurando-lhes as condições para o seu desenvolvimento completo e respeito à sua dignidade e integração cultural. Isto significa que a condição de obesidade, segundo Dratch et al (2018), pode ser analisada como a privação destes direitos, considerando o comprometimento do potencial de desenvolvimento das crianças e os riscos à saúde que dela advém.…”