A técnica operatória de tireoidectomia total pode ser fatal em modelos murinos, e fatores como tempo operatório prolongado, hemorragias e lesões iatrogênicas no nervo laríngeo recorrente estão comumente associados à uma significativa mortalidade trans e pós-operatória. Com objetivo de reduzir perdas e consequentemente, o número de animais em experimentação, o presente estudo buscou estabelecer parâmetros clínicos para a indução cirúrgica do hipotireoidismo em roedores. Foram utilizados 10 ratos (Rattus norvegicus), da linhagem Wistar, distribuídos aleatoriamente em dois grupos: Controle (GC, n = 5), sem procedimento cirúrgico e Hipotireoidismo (GHT, n = 5), ratos submetidos à tireoidectomia total. No início do período experimental e aos 60 dias, foram colhidas amostras de sangue para determinação das concentrações séricas de T3 total, T4 Livre, TSH e cálcio total. O tempo médio operatório, sinais álgicos pós-operatórios e temperatura retal foram avaliados. A técnica operatória se mostrou segura, sem a ocorrência de óbitos. Não foram observados sintomas álgicos nos animais durante o período pós-operatório. Da mesma forma, não houve a ocorrência de hipoparatireoidismo iatrogênico, atestado pela normocalcemia dos animais operados aos 60 dias. O tempo médio operatório inicial foi reduzido de 75, 0 ± 1,57 para 33,3 ± 6,04 minutos. Todos os animais tireoidectomizados desenvolveram hipotireoidismo, caracterizado pelo aumento estatisticamente significante das concentrações séricas de TSH e redução das concentrações de T3 total e T4 livre (p < 0,05). Concluiu-se que a tireoidectomia total em ratos Wistar é um método seguro, reprodutível e de baixo custo. Reitera-se, no entanto, a necessária capacitação cirúrgica com objetivo de reduzir perdas e consequentemente, o número de animais em experimentação.