Objetivo: Analisar a cobertura vacinal para poliomielite e a estratégia de vigilância da Paralisia Flácida Aguda (PFA) na Amazônia brasileira, no período de 2010 a 2019. Metodologia: Estudo observacional, de caráter transversal, com aspecto descritivo e analítico da série temporal da cobertura vacinal de rotina para Vacina Inativada Poliomielite (VIP) e Vacina Oral Poliomielite (VOP) e o Coeficiente de incidência/100.000 habitantes das notificações PFA de 2010 a 2019. Resultados: Foi observada baixa cobertura vacinal para ambas as vacinas nos estados e municípios, média máxima para o RO e mínima no AP: 104,2% e 78,7% para VIP; 84,1% e 55,1% para VOP, respectivamente, apresentando heterogeneidade e taxa de abandono para ambas as vacinas e todos os estados classificados como risco muito alto para transmissão da poliomielite. Quanto às notificações de PFA, houve 591 casos notificados, com maior coeficiente de incidência na faixa de 1 a 4 anos (13,8/100.000hab), com maior parte dos desfechos sem confirmação para poliovírus selvagem, portanto, descartados. Contudo, chama atenção para os casos “associados à vacina” e “inconclusivos” que correspondem ao somativo de 2% e 5,7% no período analisado, respectivamente. Conclusão: Foi observada baixa cobertura vacinal para VIP e VOP, falha na homogeneidade nas coberturas vacinais, aumento da taxa de abandono das doses e o alto risco de transmissão da doença, além da vigilância pouco sensível da PFA. Logo, aumento da vulnerabilidade e suscetibilidade à reintrodução do poliovírus.