Resumo Partindo da perspectiva de Michel de Certeau sobre o estudo do cotidiano, buscamos compreender neste artigo como ocorrem as práticas cotidianas de territorialização de trabalhadores alagoanos, cortadores de cana-de-açúcar, que, em meio ao trabalho precário, migram para trabalhar em usinas no Paraná. Adotamos o método da história de vida para a coleta de dados, realizando entrevistas com sete trabalhadores migrantes. Realizamos a análise tendo por base as narrativas dos entrevistados. Por meio de um recorte analítico e num diálogo constante com as teorias utilizadas, procuramos apreender suas ações cotidianas de territorialização. A análise permitiu identificar o quanto o cotidiano desses sujeitos é repleto de lutas, além de divisões territoriais, com movimentos constantes de aproximações e distanciamentos, divergências e convergências. Assim, em meio ao conformismo e às resistências, observamos um emaranhado na formação de redes, nas relações sociais, nas práticas de conveniências, táticas e estratégias, que permitiram a ressignificação daquele novo espaço e da construção da territorialização desses trabalhadores.