As mudanças nos estilos de vida e nos padrões de consumo de roupas, que vêm sendo debatidas como caminhos para uma sociedade mais sustentável, definem o compartilhamento como uma das estratégias do slow fashion para promover o consumo consciente. Por meio das teorias da prática, esta pesquisa explora materiais, competências e significados que compõem a prática. Assim, buscou-se identificar como se configuram os elementos e a dinâmica do compartilhamento de roupas. Utilizando um estudo de caso qualitativo, os dados foram coletados por meio de observações, entrevistas semiestruturadas (individuais e em grupo) e grupo focal, realizados com praticantes (consumidores) e provedores (fornecedores) de uma loja colaborativa. Os resultados revelaram que: (a) para os praticantes, a prática do compartilhamento significa exclusividade, economia e consumo sustentável; (b) para os provedores, a prática está atrelada ao consumo consciente como oportunidade de negócios mais sustentáveis, inclusive financeiramente; e (c) diversos materiais orientam a prática do compartilhamento de roupas. Os elementos do compartilhamento de roupas são semelhantes entre praticantes e provedores, portanto indicam a eficácia da prática, além de buscar um consumo sustentável. A pesquisa, então, contribui para o desenvolvimento de pesquisas sobre consumo sustentável, uma vez que identifica práticas de gestão voltadas ao consumo colaborativo de vestuário.