O surgimento das revistas ilustradas no começo do século XX no Brasil proporcionou uma mudança na transmissão da informação e na formação da opinião pública, bem como teve um importante papel na cobertura da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), um evento considerado sem precedentes por sua violência extrema. Os intelectuais à frente desses periódicos foram os mediadores culturais do conflito para os brasileiros, que imaginavam a guerra a partir de seus comentários, dos informes, charges e fotografias. Este artigo se propõe a analisar os trabalhos dos caricaturistas Calixto e Storni, integrantes da revista O Malho, que tiveram como tema a Grande Guerra, e a identificar o discurso sobre o conflito veiculado em um contexto no qual a propaganda e a censura da imprensa foram determinantes para o desdobramento do conflito.