As crenças de autoeficácia se consolidaram, nas últimas décadas, como importante preditor do desempenho acadêmico dos estudantes nos mais diferentes níveis de ensino. Neste estudo, buscamos analisar a relação entre os níveis de autoeficácia de estudantes do terceiro ano do Ensino Médio e seus diferentes comportamentos a respeito de seu desempenho escolar em Física a partir da instituição de um Contrato Didático. Realizamos uma pesquisa de natureza qualitativa, por meio de um estudo de caso, com dois estudantes de uma escola pública do Estado de São Paulo. Durante o período de quatro meses, a participação dos alunos nas aulas de Física foi gravada. Após o término das gravações, os alunos, com os melhores desempenhos escolares, participaram de uma entrevista semiestruturada. Observamos comportamentos distintos dos dois participantes do estudo. Enquanto um deles demonstrava grande empenho durante as atividades propostas, o outro apresentava um comportamento muito disperso. Contudo, os dois sujeitos sempre recebiam as maiores notas de desempenho na disciplina de Física. Percebemos que, para o primeiro, o reconhecimento de suas capacidades pela professora e de seus familiares, além da perspectiva de participar ativamente do processo de ensino e aprendizagem, alimentava seu nível de autoeficácia em Física. O segundo, estabelecia um padrão de comparação com os demais colegas de turma demonstrando que o contexto das aulas de Física estava aquém de suas reais capacidades, o que acabará por justificar suas ações pouco efetivas durante as aulas. Assim, pudemos observar diferentes estratégias de aprendizagem para a manutenção do Contrato Didático que nem sempre permitiam uma maior aproximação com o saber físico, contudo, promoviam suporte para suas crenças autoeficácia em Física.