O programa Ciência sem Fronteiras (CsF) foi criado em 2011 com o objetivo de internacionalizar a educação no Brasil e prover treinamento altamente qualificado no exterior. Entretanto, em 2015, encerrou a oferta de bolsas de estudo para alunos de graduação, que permitiam diversas oportunidades. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil de graduandos de Odontologia que participaram do programa CsF e suas percepções sobre essa experiência. Trata-se de uma pesquisa avaliativa desenvolvida com estudantes que participaram do CsF na modalidade sanduíche, em que o estudante continua matriculado em sua universidade de origem enquanto estuda por período em outra instituição no exterior. Um questionário semiestruturado foi desenvolvido utilizando a plataforma digital GoogleDocs®, abordando o perfil sociodemográfico e acadêmico dos participantes e aspectos relacionados à organização e ao funcionamento do programa. Dos 745 estudantes de Odontologia participantes do CsF, 109 (14,6%) responderam ao questionário. A maioria era do sexo feminino (65,1%), oriundos de instituições públicas (89%), localizadas no Nordeste (34,9%) e Sudeste (26,6%), com proficiência em inglês (82,6%) e intenção de se tornar pesquisador (51,4%). Os bolsistas indicaram que os objetivos do programa foram parcialmente cumpridos (59,63%). Consideraram-se mais qualificados, profissionalmente, devido à graduação sanduíche oferecida pelo CsF. No entanto, apontaram várias limitações: a falta de organização das instituições de fomento, de aproveitamento de disciplinas e de mecanismos de controle e inspeção. Foi possível traçar o perfil dos participantes do programa, bem como caracterizar o funcionamento do CsF para os estudantes de Odontologia, de acordo com suas percepções.