RESUMOEm dezembro de 2019, casos de pneumonia de etiologia desconhecida surgiram em Wuhan, China, com características clínicas muito semelhantes a um quadro de pneumonia viral. Apesar de o quadro clínico ser predominante de sintomas respiratórios, há evidências de que a COVID-19 pode causar complicações cardíacas, com elevação dos biomarcadores de estresse miocárdico, arritmias e insuficiência cardíaca, com risco aumentado de mortalidade. Estudos mostraram que 12 a 19,7% dos pacientes sem doença cardíaca prévia evoluíram com injúria miocárdica e suas complicações durante o período de internação. O provável mecanismo da lesão cardíaca envolve a formação de microtrombos na vasculatura do miocárdio, downregulation dos receptores da ECA-2, hiperativação da cascata inflamatória e imune, disfunção endotelial, hipoxemia, hiperativação simpática ou disautonomia e distúrbios hidroeletrolíticos. Lesão pulmonar grave no contexto de SARS-CoV-2 pode levar à fibrose pulmonar, hipertensão arterial pulmonar, doença cardiovascular e alterações metabólicas, sendo todos estes, fatores de risco para o desenvolvimento de insuficiência de ventrículo direito, tendo em vista aumento da pós carga direita. O entendimento sobre as complicações cardiológicas decorrentes da COVID-19 não está totalmente esclarecido, porém diversos estudos demonstram que tal associação é significativa.