2005
DOI: 10.5433/2176-6665.2005v10n2p183
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Cultura do medo e democracia: um paradoxo brasileiro

Abstract: RESUMOEsse artigo analisa a insegurança social presente na sociedade brasileira contemporânea. Essa reflexão busca compreender como o medo, no caso associado à criminalidade, se tornou tão evidente no período democrático recente da história nacional e de que maneira ele interfere nas relações sociais e nas políticas públicas de segurança.Esse alarme social é considerado, nesta análi-se, uma via simbólica para o autoritarismo que só subsiste com a degradação da sociabilidade e o enfraquecimento da cidadania. Pa… Show more

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“…Atrela-se ainda a natureza privada do ambiente doméstico, e como as relações de gênero estão estruturadas no contexto familiar, de forma vertical cuja hierarquia segue critérios de idade e sexo, e como o grau de rigidez de tais hierarquias, de crença em torno da importância da obediência e do respeito, da disciplina, ou mesmo o grau de adesão dos membros familiares a estereótipos de gênero e a autonomia que cada um deve ter, consiste-se em condicionantes sobre o potencial de violência que uma família pode estar exposta (COLOMBARA; PELIZZARI, 1999). Pastana (2005) assinala que o medo influencia as relações socioespaciais a tal ponto que mesmo a escolha de que bairro morar ou o tipo de residência escolhida serão permeados pela busca por segurança. Deste modo, é cada vez mais constante os cuidados pessoais com horários, trajetos a serem permeados, os meios de locomoção e os locais frequentados, pois tanto simbólica quanto materialmente, as estratégias de proteção e reação multiplicam regras de exclusão e restringem movimentos, sendo mais persistentes segundo as condições sociais pertencentes ao gênero, visto que as mulheres estarão mais propensas aos diversos tipos de violências nos espaços públicos, confirmando os dados que indicam tais espaços como aqueles que mais ocorreram atos violentos, depois do ambiente doméstico.…”
Section: Quanto Ao Ato Violentounclassified
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“…Atrela-se ainda a natureza privada do ambiente doméstico, e como as relações de gênero estão estruturadas no contexto familiar, de forma vertical cuja hierarquia segue critérios de idade e sexo, e como o grau de rigidez de tais hierarquias, de crença em torno da importância da obediência e do respeito, da disciplina, ou mesmo o grau de adesão dos membros familiares a estereótipos de gênero e a autonomia que cada um deve ter, consiste-se em condicionantes sobre o potencial de violência que uma família pode estar exposta (COLOMBARA; PELIZZARI, 1999). Pastana (2005) assinala que o medo influencia as relações socioespaciais a tal ponto que mesmo a escolha de que bairro morar ou o tipo de residência escolhida serão permeados pela busca por segurança. Deste modo, é cada vez mais constante os cuidados pessoais com horários, trajetos a serem permeados, os meios de locomoção e os locais frequentados, pois tanto simbólica quanto materialmente, as estratégias de proteção e reação multiplicam regras de exclusão e restringem movimentos, sendo mais persistentes segundo as condições sociais pertencentes ao gênero, visto que as mulheres estarão mais propensas aos diversos tipos de violências nos espaços públicos, confirmando os dados que indicam tais espaços como aqueles que mais ocorreram atos violentos, depois do ambiente doméstico.…”
Section: Quanto Ao Ato Violentounclassified
“…Para nortear as discussões levantadas, consideramos as apreensões de Santos (2017) e De Moreira (1982) sobre o conceito de espaço, que o compreende como uma força ativa que molda as experiências sociais e, portanto, revela as tensões que atravessam as relações humanas. Nesse sentido, pautamo-nos nos estudos de Rose (1993), Silva (2003), Pastana (2005), Gohn (2007) e entre outras que destacam como as relações de gênero, enquanto relações de poder e hierarquia, interferem na compreensão do espaço, expondo um assimétrico desenvolvimento socioespacial.…”
unclassified
“…Para Pastana (2005), o medo generalizado que se criou no em torno de crimes é uma preocupação ainda mais pungente que a própria violência. Segundo a autora, a somatória da criminalidade associada ao medo altera os hábitos e comportamentos modificando, também, a composição das cidades.…”
Section: Mídia E Cultura Do Medounclassified
“…Os autores avançam no sentido de considerarem que o medo é um ingrediente importante para a produção social do espaço, figurando como uma estratégia de controlo social e "nesse sentido, não parece nenhum absurdo se falar na existência de uma cultura do medo, em particular na sociedade urbana contemporânea" (Queiroz & Lacerda, 2005, p. 5). Com a mesma ideia concorda Pastana (2005), dizendo que o medo, associado à criminalidade, está hoje incorporado no modus vivendi das grandes cidades:…”
Section: Narrativas Urbanas E Cultura Em Observaçãounclassified