Da Epistemologia Clássica Da Educação À Inclusão Escolar: Desafios E Perspectivas

Abstract

Dedica-se neste artigo a analisar as especificidades da educação inclusiva, da implementação institucional à prática da sua ação. Argumenta-se que a educação inclusiva se apresenta frente a um desafio o qual se constitui no descompasso entre a epistemologia clássica da educação e a da educação inclusiva. Isto é, se de um lado a partir da epistemologia clássica a ação escolar utiliza como pressuposto básico a homogeneidade, funcionalidade e evolução, por outro lado, o pressuposto básico da educação inclusiva é que as diferenças se constituem em fator construtivo, a partir de trocas de experiências advindas das diferentes experiências de vida construídas nas especificidades e singularidades sociais. Porém, se a institucionalidade da escola, suas regras, normas e valores, continua assentada no pressuposto da epistemologia clássica da educação, o mundo social e acadêmico age de forma a criar caminhos que viabilizam a educação inclusiva, como é o caso da conquista da legislação e a pressão feita sobre a escola no sentido de acolher as diferenças e as singularidades sociais.

Educação Inclusiva e o processo de construção da identidade docente

“…O professor responsável pela aula trabalhará com um grupo de alunos, independentemente das características individuais dos alunos que compõem esse grupo. Nestes casos, as diferenças são avaliadas e consideradas pontos fortes e constituem um contexto particularmente favorável ao desenvolvimento cognitivo, emocional e social de todos os alunos (Figueiredo;Bonetti;Poulin, 2017). Ainda de acordo com os autores, no contexto da educação inclusiva, as estratégias educacionais podem ser muito diferentes.…”

“…Os alunos já não são obrigados a demonstrar que estão prontos para a escola, mas pede-se à própria escola que veja que isso pode causar obstáculos ou dificuldades na integração das diferenças de aprendizagem. (Figueiredo;Bonetti;Pulin, 2017).…”