2017
DOI: 10.4000/etnografica.4798
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Da resistência africanista ao suvenir africano: artesanato, nação e fantasmagoria na ilha da Boa Vista, Cabo Verde

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“…A relação entre o artesanato e a construção da cabo-verdianidade, examinada no artigo de Eduarda Rovisco, é igualmente elucidativa sobre o modo como os usos nacionalistas dos objetos artesanais estão associados ao fluxo transfonteiriço de ideias e pessoas. Concentrando-se no desenvolvimento da produção manual da tapeçaria enquanto uma das principais "bandeiras do artesanato mindelense" após a independência do arquipélago, a autora situa, por um lado, a introdução desta prática em Cabo Verde no "clima de efervescência em torno da arte têxtil" que se vivia então em Portugal e na Europa; por outro lado -e retomando um tópico previamente aprofundado (Rovisco 2017(Rovisco , 2018) -, mostra que o relevo dado ao artesanato, e em particular aos têxteis no período revolucionário foi também uma resposta a um juízo veiculado a partir dos anos 50, segundo o qual "a população do arquipélago seria destituída de vocação para as artes visuais, eruditas ou populares". Como a antropóloga comenta em publicação anterior, este juízo terá sido formulado pelo sociólogo e escritor Gilberto Freyre, após uma visita a Cabo Verde em 1951, no contexto de um périplo pelas então colónias portuguesas.…”
Section: Vera Marques Alvesunclassified
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“…A relação entre o artesanato e a construção da cabo-verdianidade, examinada no artigo de Eduarda Rovisco, é igualmente elucidativa sobre o modo como os usos nacionalistas dos objetos artesanais estão associados ao fluxo transfonteiriço de ideias e pessoas. Concentrando-se no desenvolvimento da produção manual da tapeçaria enquanto uma das principais "bandeiras do artesanato mindelense" após a independência do arquipélago, a autora situa, por um lado, a introdução desta prática em Cabo Verde no "clima de efervescência em torno da arte têxtil" que se vivia então em Portugal e na Europa; por outro lado -e retomando um tópico previamente aprofundado (Rovisco 2017(Rovisco , 2018) -, mostra que o relevo dado ao artesanato, e em particular aos têxteis no período revolucionário foi também uma resposta a um juízo veiculado a partir dos anos 50, segundo o qual "a população do arquipélago seria destituída de vocação para as artes visuais, eruditas ou populares". Como a antropóloga comenta em publicação anterior, este juízo terá sido formulado pelo sociólogo e escritor Gilberto Freyre, após uma visita a Cabo Verde em 1951, no contexto de um périplo pelas então colónias portuguesas.…”
Section: Vera Marques Alvesunclassified
“…Para Freyre, tal lacuna artística seria o resultado da "instabilidade cultural" de Cabo Verde (cf. Rovisco 2017). Poucas vezes se terá enunciado uma tão forte correspondência entre o suposto grau de consistência de uma cultura e a maior ou menor vitalidade da sua arte popular.…”
Section: Vera Marques Alvesunclassified
“…A coincidência entre o arranque da era digital e do turismo em Cabo Verde a partir dos anos de 1990, originou um aumento exponencial de imagens do arquipélago que voltaram a encontrar nos europeus os seus principais destinatários. Contrariando esta tendência, o artesanato destinado ao mercado turístico, cada vez mais espartilhado entre a dupla demanda de exotismo e de autenticidade, 24 acabou por comprimir esta diversidade imagética, 24 Apesar de esta autenticidade se definir em parte por oposição ao "artesanato africano" comercializado por imigrantes (Rovisco 2017), também nos objetos importados da costa ocidental africana encontramos figuras femininas com carga à cabeça, a pilar ou a carregar crianças às costas. Porém, estas imagens coexistem com outras que aludem a situações de lazer.…”
Section: Mulheres Que Trabalhamunclassified
“…Revisão de Literatura Paula e Mecca (2014) Representações culturais e sociais (identidade, autenticidade, aspectos antropológicos, etnias, etc.) Graburn (1984); Gordon (1986); Blundell (1993); Littrell et al (1993); Hitchcock (2001); Morgan e Pritchard (2005); Escalona (2006); Freire-Medeiros e Castro (2007); Machado e Siqueira (2008); Reis (2008); Zulaikha e Brereton (2011); Rovisco (2017) Relação entre o espaço e imagem do destino Love e Sheldon (1998); Swanson (2004); Horodyski, Manosso e Gândara (2012b); Horodyski, Manosso e Gândara (2013); Souza e Carvalho (2014); Barbosa e Cavalcanti (2016) Marketing Schlüter (1998); Wicks et al (2004) Consumo, oferta e demanda do produto Littrell et al (1993); Kim e Littrell (2001); Swanson e Horridge (2002); Swanson (2004); Freire-Medeiros e Castro (2007); Machado e Siqueira (2008); Reis (2008); Wilkins (2010); Shen (2011); Horodyski, Manosso e Gândara (2012b); Horodyski, Manosso e Gândara (2012a); Horodyski, Manosso e Gândara (2013); Horodyski et al (2014); Horodyski, Fernandes e Gândara (2015); Paula e Vianna (2016); Camargo (2016); Paula e Mecca (2016).…”
Section: Abordagens No Estudo Dos Souvenirsunclassified
“…Para consolidação do tema, buscou-se realizar uma análise da produção científica atual sobre o tema souvenir gastronômico, a qual consiste em uma pesquisa bibliográfica, processo essencial para a compreensão inicial do tema a ser pesquisado, a fim de conhecer os estudos e autores de referência na área. Fazendo uma análise total, constatou-se, ainda, que todos os trabalhos são recentes, realizados a partir do ano de 2014, e observou-se que a maioria dos estudos se utiliza de coleta de dados a partir de entrevistas com os turistas em suas metodologias (LIN; MAO, 2015;LIN, 2016;ALTINTZOGLOU;HEIDE;BORCH, 2016;MEDEIROS;PASSADOR, 2016;2017). Isso deve-se à importância do consumo do turista no espaço urbano, neste caso, dos souvenirs gastronômicos durante suas viagens (HORODYSKI, 2014).…”
Section: Fonte: a Autora (2017) Baseado Em Horodyski Et Al (2014)unclassified