RESUMOO turismo tem constituído uma reserva de esperança que sustenta os discursos proferidos pelas várias escalas de poder sobre o futuro das zonas rurais raianas. O concelho de Idanha-a-Nova tem vindo a ser apontado como o mais dinâmico da Beira Interior Sul no que concerne ao turismo, sendo promovido enquanto lugar onde a "essência da nação" se oferece à contemplação, como explicita o slogan de promoção turística: "Idanha-a-Nova, provavelmente o concelho mais português de Portugal". Este artigo pretende fornecer pistas de reflexão sobre o lugar da fronteira na criação de imagens e narrativas turísticas do concelho como "reduto de portugalidade". Palavras-chave:Fronteira; turismo; Idanha-a-Nova; Portugal; representações geopolíticas. Frontera y turismo en el "municipio más portugués de Portugal" RESUMEN El turismo se ha constituido en una reserva de esperanza que sustenta los discursos, enunciados desde las diversas escalas de poder, sobre el futuro de las zonas rurales rayanas. El municipio de Idanha-a-Nova ha sido señalado como el más dinámico de la región Beira Interior Sul en lo tocante al turismo, siendo presentado como lugar en el que la "esencia de la nación" se ofrece para su contemplación, como explicita el slogan de promoción turística: "Idanha-a-Nova, probablemente el municipio más portugués de Portugal". Este artículo pretende proporcionar pistas de reflexión sobre el lugar de la frontera en la creación de imáge-nes y narrativas turísticas del municipio como "reducto de portugalidad".Palabras clave: Frontera; turismo; Idanha-a-Nova; Portugal; representaciones geopolíticas. _____________ Este artigo corresponde a uma versão da comunicação apresentada no Congreso Fronteras Ibéricas que teve lugar na Faculdad de Ciencias Políticas y Sociologia (Universidad Complutense de Madrid) em 2011, derivando de uma investigação efectuada no concelho de Idanha-a-Nova, financiada pela FCT e dedicada ao exame das práticas e discursos sobre fronteira e contrabando, e não aos processos de turistificação do concelho.
Os contributos deste dossiê resultam de painéis em conferências da European Association of Social Anthropologists (Antonella Camarda e Jean-Yves Durand, "Which craft? Politics and aesthetics of handicraft in post-industrial contexts", Milão, 2016) e da Associação Portuguesa de Antropologia (Eduarda Rovisco e Vera Alves, "Arte popular, artesanato, souvenirs: materializações do passado, imaginações do futuro", Lisboa, 2019). 1 Ilustram a variedade de temas, pontos de vista e questionamentos subjacentes a um campo que abrange uma ampla diversidade de contextos, modos de produção e de uso, enquadramentos legais, técnicas, produtos, registos estéticos, regimes de consumo e de valorização. A mesma heterogeneidade é assumida por esta introdução coletiva em forma de patchwork, uma manta de retalhos à imagem do tema que aborda.De facto, a objetivação do que é o artesanato parece sempre elusiva. Permanece frequente a invocação de uma diferença essencial com a arte, distinção herdada da divergência entre artes maiores e menores, associadas respetivamente mais à inventividade ou à reprodução. A instituição das artes decorativas no século XIX sedimentou esta dicotomia e, também, evidenciou os seus limites, pulverizados entretanto pela arte contemporânea. Observa-se hoje a permanência da noção de uma inevitável "utensilidade" do objeto artesanal: deveria sempre satisfazer necessidades básicas da vida quotidiana -o que não o impede de poder resultar de uma elaboração notável. Assim, há quem considere que uma "função prática física" faz com que um objeto seja artesanal e não artístico, mesmo sendo possível distinguir entre artesanato utilitário e o que poderia ser designado por fine craft. Este "belo artesanato" (por analogia com "belas artes") incluiria objetos concebidos para serem "especiais" e "irem esteticamente muito além do que exige a simples função utilitária" (o que leva a propor também um fine design: Risatti 2007: 18, 217, 247).Mas as funções técnicas da quase totalidade dos objetos artesanais são hoje asseguradas com maior eficácia pelos seus avatares industriais produzidos em série, mais baratos e de substituição fácil. É, aliás, frequente as suas versões contemporâneas serem desprovidas das capacidades utilitárias que eram a razão de ser dos seus modelos, aspeto patente na questão da "autenticidade" dos souvenirs e das tourist arts. Passando de uma economia sobretudo doméstica para a esfera globalizada das trocas mercantis, os artefactos artesanais são agora procurados antes de mais por razões estéticas, identitárias ou de distinção, o que os aproxima do universo do luxo. 1O artigo foi financiado pela FCT, no âmbito do plano estratégico do CRIA, Centro em Rede de Investigação em Antropologia (UIDB/ANT/04038/2020).
do Centro de Informação e Turismo-espelhou a intensa campanha de promoção turística de Cabo Verde realizada neste período, tendo editado mais de duas centenas de artigos alusivos ao tema. Neste texto, são recenseados os principais eixos temáticos da estrutura narrativa destes artigos e examinados os propósitos e as fragilidades do projeto turístico desenhado para o arquipélago no período tardo-colonial português marcado pela guerra e pela propaganda alicerçada na retórica luso-tropicalista. Pretendendo constituir um contributo para o estudo do turismo em Cabo Verde no período colonial, este artigo revela que o arquipélago foi, nesta fase, descrito como uma montra da "nação luso-tropical" e testemunho do pretenso "clima de paz" e de "harmonia racial" do ultramar português.
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