Reumo: Há quase 60 anos os corticosteróides sistêmicos têm sido amplamente utilizados na área de dermatologia, trazendo benefícios para muitas doenças em decorrência de suas ações antiinflamatórias e imunossupressoras. O desafio de seu uso consiste em contrabalançar os efeitos benéficos e as atividades farmacológicas indesejáveis. Infelizmente, os avanços no conhecimento sobre os mecanismos de ação dos corticosteróides não resultaram no desenvolvimento de regimes com mínima toxicidade. Dessa maneira, este artigo de revisão discorre sobre os aspectos farmacológicos dos corticosteróides sistêmicos, bem como suas principais indicações de uso e efeitos colaterais da administração em altas doses e/ou por longos períodos de tempo.
Artigo de Revisão
INTRODUÇÃOA indicação do corticosteróide na terapêutica da artrite reumatóide, por Phillip Hench, em 1949, foi um marco na Medicina. Desde então, os corticosteróides mostraram-se eficazes no tratamento de diversas afecções cutâneas, devido a suas propriedades imunossupressoras e antiinflamatórias.A utilização prolongada dos corticosteróides, assim como a retirada rápida da medicação, pode causar diversas complicações.O objetivo deste artigo é alertar os dermatologistas sobre os principais efeitos adversos decorrentes da terapêutica com corticosteróides sistêmicos e como evitá-los ou minimizá-los.
FARMACOLOGIA E FARMACOCINÉTICAO principal exemplo de glicocorticóide produzido pelo organismo é o cortisol (hidrocortisona), sintetizado no córtex adrenal a partir do colesterol. Em condições normais, somente 5% do cortisol circula livremente, sendo o restante inativo (95% ligado à globulina ligadora de cortisol, e 5% à albumina). 1 A secreção diária de cortisol varia de 10 a