A televisão historicamente vem sendo pensada por meio de uma série de relações dicotômicas, que propõem um “dentro” e um “fora” bem delimitados e pacificados. Em contraposição a essa perspectiva, neste artigo, buscamos desenvolver um exercício reflexivo e historicizante sobre modos de entendimento da TV, a partir de um termo que já foi muito usado, mas que vem caindo em desuso nos últimos anos: trata-se do substantivo “televisionamento”. A partir da recuperação da força dessa metáfora e da exploração de certos fenômenos midiáticos atuais (advindos da TV “convencional” e do YouTube, por exemplo), propomos um passeio sobre diferentes textualidades televisivas, abordando algumas de suas transformações, questionando perspectivas autocentradas. Concluímos ressaltando a importância de se abandonar análises midiacêntricas a fim de se compreender a formação e a experiência dos telespectadores atuais, bem como as novas realidades que estão sendo construídas em meio a esse televisionamento do mundo.