Cad. Saúde Colet., 2014, Rio de Janeiro, 22 (4): 372-9Resumo Introdução: A doença renal crônica é uma enfermidade que atinge um número cada vez maior de indivíduos no Brasil e no mundo. Objetivos: Analisar indicadores de causas múltiplas de morte para os pacientes em terapia renal substitutiva (TRS) no Brasil que faleceram entre 2000 e 2004. Métodos: Os indicadores foram calculados com base no número de diagnósticos informados nas declarações de óbito e nas menções das causas de morte. O número médio de diagnóstico por declaração de óbito foi analisado por idade, sexo, modalidade de tratamento e região de residência do paciente. Resultados: O estudo da mortalidade por doença renal crônica por meio apenas da causa básica implicaria perda de informações. Quantitativamente, o número médio de diagnósticos por declaração de óbito da população analisada foi 2,9. Qualitativamente, a análise das menções das causas de morte nas declarações de óbito revelou que a morbimortalidade dessa população é conformada por diversas doenças que frequentemente não aparecem como causa básica de óbito, sendo mandatória a utilização do modelo de causas múltiplas. Conclusões: A análise descritiva é a maneira mais simples e direta de se analisar a mortalidade sob o enfoque de múltiplas causas.Palavras-chave: insuficiência renal crônica; causas múltiplas de morte; diálise; transplante.
Abstract
Introduction: Chronic kidney disease is an illness that affects a growing number of individuals in Brazil and worldwide. Objectives:To analyze indicators of multiple causes of death for patients in renal replacement therapy in Brazil who died between 2000 and 2004. Methods: The indicators were calculated based on the number of diagnoses reported on death certificates and on the information on causes of death. The average number of diagnosis per certificate was analyzed by age, sex, treatment mode, and region of residence. Results: Studying the mortality from chronic kidney disease by means of the underlying would lead to information loss. Analysis showed that the average number of diagnoses per death certificate was 2.9 and also that the mortality of this population group is composed of a number of illnesses that often do not appear as underlying cause of death. Multiple causes of death model enhance the possibilities of analysis. Conclusions: The descriptive analysis is the simplest and most direct way to analyze the mortality from this perspective.