INTRODUÇÃO: Trabalhadores de saúde, incluindo fisioterapeutas, estão sob maior risco de acidentes de trabalho com exposição à material biológico (At-bio), quando comparados a outros. OBJETIVO: Descrever perfil epidemiológico dos At-bio em fisioterapeutas, segundo vínculo de trabalho. MÉTODOS: Estudo de casuística das notificações de At-bio em fisioterapeutas registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, Brasil, 2008 a 2018. RESULTADOS: Foram 2.565 registros At-bio em fisioterapeutas, com crescimento de notificações (169,2%) no período, maioria entre os de vínculo formal (68,3%). Entre formais, a maioria foi do sexo feminino (82,7%), com idade entre 30 a 39 anos (46,8%) e raça/cor branca (69,6%). Entre informais, a maioria também foi feminina (85,3%), mais jovens, de 18 a 29 anos (62,2%) e raça/cor branca (69,8%). Em ambos os grupos, a ocupação específica foi fisioterapeuta geral, com casos evoluindo para alta paciente fonte negativa. Os formais tinham 1 a 6 anos de experiência ocupacional (44,8%) e registro de Comunicação do Acidente de Trabalho (CAT) em 58,1% dos casos. Nos informais, o tempo de experiência era menor que 1 ano (47,7%) e apenas 28,6% tiveram o registro da CAT. O uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) teve pequena diferença entre grupos, sendo luva, avental e máscaras os mais utilizados. CONCLUSÃO: Embora os At-bio sejam mais notificados em fisioterapeutas com vínculo formal, entre informais acontecem em mais jovens, com menor tempo de experiência e sem registro da CAT, além de pior registro de informações e abandono de evoluções, indicando maior vulnerabilidade, especialmente em relação às medidas de proteção social.