O objetivo deste estudo foi identificar as áreas de maior comprometimento nas habilidades funcionais na síndrome de Rett (SR). Foram avaliadas 64 pacientes que preenchiam os critérios para a forma clássica da doença, com idade entre 2 e 26 anos. Foi aplicado o Inventário de avaliação pediátrica de incapacidade (PEDI) que contém 197 itens nas áreas de autocuidado, mobilidade e função social. Dentre as 73 atividades da área de autocuidado, 52 (71,2%) não foram realizadas por qualquer paciente; na mobilidade, dentre as 59 atividades propostas, 8 (13,5%); e na área de função social, dentre as 65 atividades, 50 (76,9%) não foram realizadas por paciente alguma. O desempenho médio ajustado em escala de 0 a 100 para a área de autocuidado foi de 8,9/100, variando de 0 a 19; na área de mobilidade, foi de 30,2/100, variando de 1 a 44; e na de função social, 5,2/100, com variação de 0 a 14. Foi possível verificar fortes correlações entre a área de autocuidado e as de mobilidade e função social; no entanto, entre as áreas de mobilidade e função social não foi detectada correlação significativa. Infelizmente, devido à gravidade da síndrome, o menor comprometimento da mobilidade, comparado ao das áreas de autocuidado e função social, não traz vantagens adaptativas ou maior independência às pacientes com SR.