No Brasil, o Ministério da Saúde considera doenças raras acometimentos que afetam até 65 pessoas em cada 100.000 indivíduos. Dentre essas enfermidades, existem as genodermatoses, que constituem um grupo heterogêneo de doenças que afetam única ou principalmente a pele. De difícil diagnóstico, o tratamento não costuma ser efetivo. Essa revisão tem como objetivo discutir o potencial real da engenharia de tecidos aplicado ao tratamento de doenças raras. Por meio de uma mini revisão bibliográfica, nota-se que a medicina regenerativa e a engenharia de tecidos têm possibilitado o desenvolvimento de alternativas terapêuticas na substituição e/ou reparo da área comprometida desses pacientes, como a utilização de biomateriais e o uso de células específicas. Um biomaterial deve ser biocompatível, biorreabsorvível, mecanicamente condizente com o local de destino, proporcionar suporte adequado para o sistema viabilizando o crescimento de tecido neoformado in vivo e in vitro, assim como possibilitar o transporte de biomoléculas para indução de respostas celulares. As células, por outro lado, devem ter potencial de diferenciação e se comportar como se estivessem in vivo. A engenharia de tecidos poderia contribuir para o tratamento das doenças raras de duas formas: 1) através de dispositivos que possam simular o funcionamento de tecidos afetados e na triagem de medicamentos, e 2) através de estruturas que possam ser usadas diretamente em processos terapêuticos. Existe, portanto, o potencial real da engenharia de tecidos ser aplicado no tratamento de doenças raras. Inclusive, esse material pode ser útil em uma consulta inicial para pesquisadores que trabalham com o tema.