Neste artigo foram examinados, com base nos pressupostos teóricos da Antroponomástica e das Ciências Políticas, os nomes de urna de candidatos militares ao cargo de deputado estadual em um período de 20 anos, entre 1998 e 2018. O objetivo era verificar se a preferência pela inclusão de postos e graduações militares em nomes de urna poderia variar em conformidade com mudanças no imaginário social brasileiro. Para isso, foi realizada uma análise quantitativa dos dados e verificado se há correlação entre os resultados numéricos encontrados e a vigência da “direita envergonhada”, fenômeno, em declínio, que perdurava desde a época da redemocratização e se refere ao constrangimento da direita por sua associação ao regime militar, em função de sua avaliação negativa pela sociedade. Os resultados encontrados atestam a hipótese de que o imaginário coletivo sobre o regime militar influenciou a opção ou não dos militares por incluir postos e graduações em nomes de urna, afinal, em meio à ascensão de discursos favoráveis ao regime e, consequentemente, com o arrefecimento do fenômeno da “direita envergonhada”, o número de postos e graduações em nomes de urnas teve um aumento significativo. Isso sinaliza que os padrões no processo de formação de nomes de urna podem indicar aspectos políticos e sociais.