Direitos Humanos e Educação: o professor de matemática como agente sociocultural e político

Abstract

Este texto propõe a incorporação de temas relativos aos Direitos Humanos nas aulas de matemática. A pesquisa busca promover reflexões de situações sociais relacionadas a esses direitos e, ao mesmo tempo, associá-las a uma atividade matemática. Além disso, procura desenvolver processos formativos para professores de escolas públicas e licenciandos em matemática. Com enfoque nas perspectivas histórico-crítica e matemática crítica, caracterizando-se como uma pesquisa-ação. Como resultado parcial, a partir da implementação de atividades matemáticas com temáticas sociais, no curso de matemática de uma universidade de Goiânia, percebe-se a necessidade da ressignificação do papel do professor e de suas práticas que nem sempre estão voltadas para a formação global e crítica do estudante. Ademais, verifica-se a importância da consciência crítica sobre a atuação docente e das potencialidades que a matemática tem em poder contextualizar e transformar o ambiente escolar.

Emergência e desenvolvimento da pedagogia social em âmbito escolar: o caso português

“…Daí a importância, como refere Perrenoud (1995), de se conhecer bem o sistema de comunicação entre as famílias e a escola. Com efeito, as diversidades económicas e socioculturais que se registam na escola só aparentemente são apenas do domínio individual, como teima alguma psicologia (Vieira, 2013). Todas essas diversidades que não sejam dinamizadas numa base de convivência (Jares, 2007) podem potenciar desencontros culturais tantas vezes psicologizados no conceito de indisciplina, em alguns alunos.…”

“…Lidar com toda a diversidade que está patente hoje nas escolas contemporâneas implica recorrermos a ferramentas da pedagogia social e, particularmente, da mediação intercultural ao serviço da mediação escolar e/ ou sociopedagógica (Vieira e Vieira, 2023). Só assim a escola poderá responder à crescente heterogeneidade da sociedade contemporânea que se visibiliza também na escola, sem enveredar pelas atitudes e práticas uniformizadoras e assimilacionistas (Vieira, 2013;Vieira, 2011). Sem essa pedagogia social na escola, o acesso de quase todos à mesma, essencialmente nas sociedades ocidentais, desemboca, facilmente, na transformação dos problemas socioculturais em problemas escolares.…”

O Papel do Agente Socioetnocultural Frente a Educação Escolar Quilombola e o Ensino de Matemática

“…Sendo assim, o agente socioetnocultural deve conhecer a comunidade dos seus estudantes, investigar e entender quem é aquele ser humano sentado em sua sala e criar canais dialógicos (Ferreira, 2016). indutivo-dedutivo-indutivo, baseando-se muito mais nos aspectos cognitivos do que nos biológicos (Vieira & Moreira, 2018). sempre o seu ponto de partida, isto é, a sua cultura, saberes, costumes, identidade e conhecimento, serão as bases para enfrentar o mundo .…”

O Ensino de Geometria Plana na perspectiva do Programa Etnomatemática em uma escola quilombola: possibilidades e desafios

“…Dessa maneira, o profissional, não apenas no ensino de geometria, mas em sua prática social (docência e formação humana), necessita propor situações que problematizem a realidade junto com os estudantes no intuito de formular perguntas para a própria realidade e perguntas que demandem buscar conhecimento na própria realidade. Pois é de suma importância que a prática pedagógica do professor não se atenha apenas ao cognitivo, mas que direcione para uma formação integral levando em consideração a sua realidade social (MOREIRA; VIEIRA, 2018;. Assim, levando em consideração a realidade social do estudante, a metodologia adotada pelo professor passa a dialogar com a realidade vivida pelo indivíduo quilombola, facilitando a apropriação de um conhecimento crítico, pois "(...) o educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão" (FREIRE, 1996, p. 14).…”