2019
DOI: 10.15210/norus.v7i11.17052
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Do “Feminismo Popular” Ao “Feminismo Periférico”: Mudanças Estruturais Em Contrapúblicos Da Zona Leste De São Paulo

Abstract: O tema deste artigo é o subcampo feminista da Zona Leste da cidade de São Paulo. Por meio de entrevistas, observação participante e análise de redes sociais digitais foram identificados dois momentos históricos: [i] o “feminismo popular” (associações que atendiam mulheres em situação de violência) surgido nos anos 1980 e 90; e [ii] a emergência simultânea, na década de 2010, da Rede Leste de Enfrentamento à Violência (convênios da assistência social municipal) e do “feminismo periférico” (coletivos com prática… Show more

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“…As práticas e discursos interseccionais estão mais visíveis nas formas de representação e nas experiências universitárias, em especial quanto à articulação entre raça, gênero e geração, como tem sido observado em estudos contemporâneos sobre juventude nas periferias e nas universidades. Há a necessidade de evidenciar intelectuais negros e negras, seja na conduta, quando enfrentam situações de machismo ou de homofobia nas práticas universitárias, seja na incorporação de integrantes que tenham sexualidade fluida, que não necessariamente se vejam a partir de uma identidade de gênero binária [17][18][19] .…”
Section: Discussionunclassified
“…As práticas e discursos interseccionais estão mais visíveis nas formas de representação e nas experiências universitárias, em especial quanto à articulação entre raça, gênero e geração, como tem sido observado em estudos contemporâneos sobre juventude nas periferias e nas universidades. Há a necessidade de evidenciar intelectuais negros e negras, seja na conduta, quando enfrentam situações de machismo ou de homofobia nas práticas universitárias, seja na incorporação de integrantes que tenham sexualidade fluida, que não necessariamente se vejam a partir de uma identidade de gênero binária [17][18][19] .…”
Section: Discussionunclassified
“…In the third and newest generation of activism, in which we find the emergence of Black and intersectional feminism as interchangeable collective identities, especially with the pivotal role of social networks amidst the major mobilizations that took place in Brazil in June 2013, a new activist network gains traction, with a predilection for the Internet as a tool for sharing information and collectively organizing themselves against situations of violence (physical or symbolic) that largely involve dimensions of race, gender and sexuality. It should be noted that references to the periphery gain further prominence in the organization of these women, as noted by Medeiros (2016), as well as the centrality of race in the perceptions of gender inequalities, as indicated by Alvarez (2014), who emphasized the greater influence of Black feminism among feminist discourses when compared to previous generations.…”
Section: Black Feminism In Contrast: Concluding Remarksmentioning
confidence: 96%
“…Some segments of Black feminism seem to find in intersectionality a path not only for the incorporation of other axes of oppression, but also a space for their members to transit within a political context that harbors different perspectives for characterizing the mobilization of Black women. Medeiros (2016, p. 26, our translation ), when investigating feminist groups in the East Zone of the city of São Paulo, emphasizes the centrality of the racial issue and the conceptual and political diversity in these new spaces, many of which created after the so-called June 2013 mass demonstrations: [o]ur analysis of the interviews with youth collectives showed how their discourses and practices conceive or conceptualize the connection between gender, race, and class: whether in the theoretical refusal of feminism in favor of African womanism, or in the defense of a Black feminism with theoretical foundations (such as intersectionality), whether in championing a Black feminism grounded on the actual experiences of Black women, or even in the broad devising of a peripheral feminism which, even without seeking ruptures with the traditional feminist movement, no longer makes invisible the racial issue within the social situation of peripheral women.…”
Section: Social Network and Intersectional Feminismmentioning
confidence: 99%
“…Isto implica compreender suas características, estratégias políticas, seus diversos interesses e também as culturas políticas que os apoiam (entre grupos de esquerda ou de direita, com ideologias progressistas ou conservadoras, com suas características de classe, de raça, de gênero etc., e com suas ambiguidades e interseccionalidades). Eles podem ser contrapúblicos formados por novos coletivos feministas (MEDEIROS, 2017;MEDEIROS;FANTI, 2019), por estudantes secundaristas que, entre 2015 e 2016, ocuparam centenas de escolas públicas por todo o Brasil (MEDEIROS; MELO; JANUÁRIO, 2019) ou por uma militância liberal-conservadora da nova-direita brasileira (ROCHA, 2019). Cabe destacar a especificidade com que tais contrapúblicos são constituídos considerando a centralidade da internet: disputas entre diferentes grupos virtuais, reações canalizadas em mídias digitais e a consolidação de discursos de oposição, gerando confrontos em torno de diversas controvérsias públicas (NERIS; VALENTE, 2018).…”
Section: Contrapúblicos Na Esfera Pública Brasileiraunclassified
“…Inclusive reflexões sobre transformações estruturais em determinados contrapúblicos já tem sido desenvolvidas no contexto brasileiro. Jonas Medeiros se dedica a compreender a especificidade das novas formas de contrapúblicos constituídos por feministas negras ao mostrar as mudanças estruturais que ocorreram na passagem do "feminismo popular" para o "feminismo periférico" (considerando, acima de tudo, coletivos com práticas artístico--culturais) (MEDEIROS, 2019). A configuração mais atual desses contrapúblicos feministas é constituída por suas práticas menos institucionalizadas, pelo modo como contrapúblicos digitais e a autocomunicação de massa substituíram algumas redes articuladoras de ONGs feministas, pela formação de coletivos apartidários e pela pluralização religiosa que modificou a forma de enraizamento dos contrapúblicos no cotidiano das periferias urbanas.…”
Section: Contrapúblicos Na Esfera Pública Brasileiraunclassified