“…Neste, às interseccionalidades de sexo, raça, classe deve ser adicionado o reconhecimento das assimetrias globais e das hierarquias de poder entre países. Ainda, busca-se realizar a análise das causas da subordinação de gênero dentro de contexto cultural específico, ressaltando-se história, memória e ética e recusando-se uma compreensão universalista das pretensas necessidades "da mulher" -que leva a uma visão das mulheres do Terceiro Mundo como "vítimas a serem salvas" -e também o artifício do relativismo cultural, que engessa as possibilidades de crítica à realidade de opressão de gênero (ABU-LUGHOD, 2013;Millie THAYER, 2009;ALEXANDER, MOHANTY, 1996). Essa "reinvenção" do feminismo como um projeto de política transnacional, já apontado por Nancy Fraser (2007), adiciona criticidade também à disciplina Relações Internacionais, na qual é visível no seu mainstream teórico o ocultamento da questão de gênero (Fred HALLIDAY, 1999).…”