Este artigo analisa o desempenho do empreendedorismo brasileiro, abrangendo indicadores de competitividade, inovação e prosperidade, entre 2014 e 2017. A pesquisa é de natureza mista e de caráter exploratório, delineada por análise bibliométrica em bases de dados científicas e análise cruzada de dados documentais em relatórios internacionais.Os resultados mostram que a crise foi rigorosa para o Brasil, com queda no ranking mundial de 25 posições em competitividade, 8 em inovação e 5 em prosperidade. Entre os 28 indicadores que compõem os rankings analisados, o país retrocedeu em 18 deles, com considerável perda na atividade econômica, apesar de ter avançado em 10 fatores relacionados à educação, considerada fator-chave no empreendedorismo de base tecnológica. Dentre esses 10 fatores, um deles é a mentalidade empreendedora. Durante a crise, os eventos político-legais e sociais, nestes inseridos o combate à corrupção, o esfriamento do mercado de commodities e entraves burocráticos, reduziram o avanço do empreendedorismo por oportunidade. Assim, o movimento positivo nas taxas de empreendedorismo está associado ao empreendedorismo por necessidade, que abriga as atividades da economia informal, justificadas pela atratividade dos benefícios fiscais e de seguridade, inseridos no Programa Microempreendedor Individual (MEI). Não é legítimo o uso da terminologia que associa o crescimento do empreendedorismo a “colchão social”, posto não se observar aumento das taxas de prosperidade, de competitividade e de inovação. Análise qualitativa dos relatórios no formato de superposição, uma forma inovadora de avaliação dos indicadores e dos fatores de influência no empreendedorismo brasileiro.