O objetivo deste artigo é discutir alguns aspectos que marcaram o percurso de constituição intelectual da escritora e poetisa Anita Philipovsky, especialmente a partir de sua participação como colaboradora de diversos periódicos e revistas paranaenses, abordando o contexto histórico das três primeiras décadas do século XX. Por meio de uma pesquisa qualitativa de cunho documental, procurou-se compreender as estratégias e ações que Anita fez uso para se inserir no meio editorial dos jornais e demais veículos de comunicação impressos que circulavam neste contexto histórico, consolidando-se como escritora e crítica social. Para isso, mobilizou-se o conceito de gênero, articulando-o às possibilidades de escrita consideradas autorizadas para as mulheres, perpassando os perfis de leitora, escritora e, posteriormente constituindo-se como intelectual engajada na luta pelos direitos das mulheres, enfatizando as questões educacionais. Constata-se que as atitudes e posicionamentos de Anita Philipovsky podem ser compreendidos a partir da conformação de uma rede de sociabilidades e da construção de capital, assim como de alguns habitus que favoreceram sua entrada e circulação em alguns espaços sociais não tão comuns para as mulheres no contexto histórico abordado.