O texto tem como escopo identificar a concepção de educação do governo militar e as estratégias que o Regime utilizou para colocar em prática um projeto de desenvolvimento para o Brasil. O texto discorre sobre o cenário político, econômico e social que favoreceu a tomada do poder pelos militares, analisa a doutrina e a teoria que subsidiaram vinte e um anos dos militares no poder. Fundamentado na pesquisa bibliográfica e na metodologia qualitativa, o estudo tem cunho dissertativo-argumentativo. Para justificar a permanência no poder, o Regime Militar se apoiou na Doutrina da Segurança Nacional. O projeto de desenvolvimento econômico empreendido pelos militares se apoiou na Teoria do Capital Humano e articulou com os interesses da burguesia nacional e estrangeira, buscando integrar o país ao capitalismo industrial. A educação se apresentou como campo fértil para implementar tal modelo de desenvolvimento. Os militares empreenderam duas reformas educacionais (1968 e 1971), com alvos bem definidos: às escolas cabia o papel de formar os liderados (operários), ao passo que a universidade se encarregava de formar os líderes que integrariam os quadros de dirigentes das grandes empresas. Embora o país tenha experimentado um período de prosperidade econômica, a euforia do progresso revelou o outro lado da moeda: salários arrochados, ampliação da desigualdade social e regional, e endividamento do país, consequências de um modelo de desenvolvimento financiado por empréstimos contraídos junto aos bancos internacionais.