Educação em saúde na escola para o enfrentamento à homofobia

Abstract

RESUMOObjetivo: relatar a experiência de uma intervenção educativa para o enfrentamento à homofobia realizada com adolescentes numa escola de referência em ensino médio. Método: estudo descritivo, do tipo relato de experiência, sobre uma intervenção educativa no formato de oficina para o enfrentamento à homofobia construída com adolescentes a partir de uma Pesquisa-ação numa escola de referência em ensino médio. Os participantes avaliaram a intervenção por meio de um questionário. Resultados: a oficina compôs-se de 5 encontros que abordaram desde conteúdos sobre gênero, diversidade sexual, homofobia na escola, violência homofóbica e direitos humanos. Conclusão: a oficina constituiu-se como espaço de participação e diálogo para o enfrentamento à homofobia na escola. Esta atividade intersetorial obteve sua relevância para a promoção da saúde e formação integral e cidadã de adolescentes no que tange ao enfrentamento da vulnerabilidade social e violência, considerando-se pelo grupo como um projeto de conscientização social. Descritores: Educação em Saúde; Saúde escolar; Adolescente; Saúde do Adolescente; Sexualidade; Homofobia. ABSTRACT Objective: to report the experience of an educative intervention to confront homophobia conducted with adolescents in a school in middle school. Method: a descriptive study, the type experience reports on an educational intervention in the form of workshop for confronting homophobia built with adolescents from a research-action at a school reference in middle school. The participants evaluated the intervention by means of a questionnaire. Results: the workshop is composed of 5 meetings that addressed since contents about gender, sexual diversity, homophobia in schools, homophobic violence and human rights. Conclusion: the workshop constituted itself as a space for participation and dialog for the confronting homophobia in schools. This intersectorial activity obtained its relevance for health promotion and integral formation and a citizen of adolescents in relation to confrontation of social vulnerability and violence, considering the group as a project of social awareness. Descriptors: Health Education; School Health; Adolescent; Adolescent Health; Sexuality; Homophobia. RESUMEN Objetivo: reportar la experiencia de una intervención educativa para enfrentar la homofobia realizada con adolescentes en una escuela de enseñanza media. Método: se realizó un estudio descriptivo, el tipo de experiencia informes sobre una intervención educativa en forma de taller para enfrentar la homofobia construida con adolescentes de una investigación-acción en una escuela de referencia en la escuela intermedia. Los participantes evaluaron la intervención por medio de un cuestionario. Resultados: el taller consta de 5 encuentros que abordaron desde contenidos sobre género, diversidad sexual, la homofobia en las escuelas, la violencia homofóbica y los derechos humanos. Conclusión: el taller se constituyó como un espacio para la participación y el diálogo para enfrentar la homofobia en las escuelas. Esta actividad intersectorial obtuvo su relevancia para la promoción de la salud y formación integral y ciudadana de los adolescentes en relación con el enfrentamiento de la vulnerabilidad social y la violencia, considerando el grupo como un proyecto de sensibilización social. Descriptores: Educación em salud, Salud Escolar; Adolescente; Salud del Adolescente; Sexualidad; Homofobia.

Violência, Homofobia, Saúde, Minorias Sexuais e de Gênero.

“…Nos estudos de Natarelli et al (2015) e Ferreira, Pinto e Veras (2018), percebe-se que a maioria dos casos de discriminação e violência acontece em ambiente escolar, o que chama a atenção para que haja intervenção precoce nesse meio a fim de prevenir tais acometimentos. Projetos de educação em saúde, com ações de conscientização dos alunos contra a violência e de promoção de respeito, com a participação de profissionais de saúde se mostraram eficazes (MONGIOVI et al, 2018). Ademais, a educação continuada de professores e profissionais da educação é essencial para a promoção de uma cultura inclusiva (TOZETTI; SIGNORELLI; OLIVEIRA, 2019), superação das diferenças e formação de ambientes saudáveis e de paz para todos os estudantes.…”

Sexualidade Na Grade Curricular Acadêmica De Enfermagem: Avaliação Em Universidades

“…5 Reconhecem-se o preconceito e a discriminação aos comportamentos sexuais divergentes do padrão heteronormativo (norma sociocultural que hierarquiza a heterossexualidade em detrimento de outras formas de sexualidade) consensualmente, na literatura, como determinantes de saúde, uma vez que provocam vulnerabilidades específicas, constituem barreiras simbólicas ao acesso, influenciam a qualidade da atenção e carregam forte potencial para desencadear processos de sofrimento, adoecimento e morte prematura dessa população. 6 Obstaculiza-se, dessa forma, pelas barreiras simbólicas ao acesso -impostas pelo preconceito e pelo estigma -o cumprimento do princípio da universalidade. Impede-se um atendimento integral pelo desconhecimento e/ou negligência por parte de gestores e profissionais de saúde em relação aos aspectos psicossociais e necessidades específicas da população LGBT, e o padrão heteronormativo das práticas de saúde, o processo de patologização das variantes comportamentais, o preconceito encarnado nas subjetividades de usuários e profissionais, além do sexismo institucional, dificultam o cumprimento das ações previstas pelas políticas de equidade.…”

“…nascer) e heteronormativo. 1,4,6 Encontram-se, na estruturação curricular de Enfermagem das universidades analisadas, as disciplinas-base para a formação do enfermeiro, como Anatomia, Fisiologia e Semiologia Humanas, porém, discussões, como as mudanças sofridas por pessoas transexuais, por exemplo, fogem dos conteúdos das ementas. [3][4][5] Depara-se o enfermeiro, na prática do cuidar, com diferentes procedimentos atribuídos à sua função, como sonda vesical, citologia oncótica e exames na mama, os quais são procedimentos invasivos, tecnicamente ensinados e realizados apenas para corpos cisgêneros.…”

“…Resulta-se tal situação no avesso da prática do cuidado integral ao paciente, uma vez que esses procedimentos não são pensados para corpos distintos dos cisgêneros e heterossexuais. 4,6,9 Entende-se que a falta da inclusão, na formação do profissional em saúde, do pensar o cuidado dos corpos que fogem à heteronormatividade, 4 como tradicionalmente são pensadas as disciplinas de Anatomia, Fisiologia e Semiologia Humanas, é uma defasagem, pois muitos são aqueles que possuem particularidades distintas do corpo padrão. Formam-se, na graduação em Enfermagem, profissionais aptos para o cuidado e o atendimento integral ao paciente, logo, dominar diferentes composições anatômicas faz parte do serviço do enfermeiro.…”

“…Mostra-se tal visão essencial, pois a ausência dessas discussões reforça preconceitos, além de despotencializar a atuação do profissional de Enfermagem em uma perspectiva abrangente e relacional. 2,6 Conclui-se, nesta pesquisa, que os currículos de Enfermagem em questão não apresentam, em sua estrutura, temas sobre sexualidade, o que, provavelmente, refletirá negativamente em futuras práticas profissionais. Torna-se importante, nesse sentido, a reestruturação das disciplinas básicas que trabalham o corpo humano, presentes nas graduações em Enfermagem de Pernambuco, bem como a inclusão de debates sobre gênero e sexualidade no currículo obrigatório dos cursos, uma vez que corpos trans e não binários precisam estar respaldados nas diretrizes do cuidado do profissional em Enfermagem.…”