A Declaração de Salamanca defende os princípios, as políticas e as práticas para as necessidades educacionais especiais e a inclusão de crianças e jovens com necessidades educacionais especiais no ensino regular e fundamenta o conceito de escola inclusiva. A revisão bibliográfica a respeito da inclusão escolar em periódicos de psicologia nas bases de dados PePSIC e SciELO, entre 2004 e 2013, apontou, após um procedimento de análise e síntese, as seguintes categorias: 1-artigos focados nas questões teórico-conceituais da inclusão educacional; 2-artigos referentes a concepções sobre a inclusão educacional; 3artigos referentes à discussão sobre a prática escolar inclusiva; 4-artigos referentes à relação entre competências profissionais e inclusão escolar. Foi evidenciada a busca de solidificação da base teórica e paradigmática que sustenta a prática educacional inclusiva e evidencia a complexidade que envolve essa prática. A presente dissertação defende a necessidade de pesquisas de intervenção que gerem subsídios para a prática educacional inclusiva e seu foco é o desenvolvimento de competências matemáticas de um estudante com Paralisia Cerebral, incluso no 6° ano do Ensino Fundamental, na Rede Pública do Distrito Federal. A pesquisa foi desenvolvida em quatro fases: a primeira foi constituída de entrevista semiestruturada, segundo os seguintes eixos: concepções do estudante acerca de sua história escolar, suas concepções sobre a escola, noções temporais e espaciais relacionadas ao cotidiano escolar, relações sociais, concepções sobre sua escolaridade, competências e dificuldades escolares, em especial em matemática; a segunda consistiu de avaliação das capacidades e das dificuldades relacionadas aos conhecimentos numéricos, através da Épreuve Conceptuelle de Résolution des Problèmes Numériques -ECPN (Groupe Cimete, 1995); na terceira fase realizou-se um procedimento de intervenção de natureza psicopedagógica, baseado na proposta de Fávero ( 2002), que articula a avaliação das competências e dificuldades matemáticas, a sistematização de cada uma das sessões de trabalho -em termos de objetivos e descrição das atividades propostas -e uma análise minuciosa do desenvolvimento das atividades para cada sessão, explicitando: a sequência de ações do sujeito, o significado destas ações em relação as suas aquisições de estruturas conceituais, o tipo de mediação estabelecida entre o adulto e o sujeito. Dessa forma, cada sessão de intervenção foi transcrita na íntegra e analisada, segundo a proposta de Fávero (2002). Na quarta fase, ocorreu a avaliação das capacidades e dificuldades ao término da intervenção, com a retomada da Prova ECPN. Os resultados apontaram para a pertinência de se considerar a relação entre as dificuldades e competências presentes no desenvolvimento humano. Foram evidenciados indícios de desenvolvimento psicológico do participante em suas enunciações que, nas primeiras sessões de intervenção, caracterizavam-se pela repetição da fala da pesquisadora. Com o desenvolvimento das sessões de intervenção, suas...