Educação musical escolar e ensino médio: configuração e desafios para a construção democrática da escola

POSSIBILIDADES DO ENSINO DE MÚSICA NOS INSTITUTOS FEDERAIS: uma análise a partir da experiência de dois professores de Arte do IFFar

“…Essa educação perpassa a criação de espaços para a educação em Artes. No caso da educação musical, as possibilidades de ensino incluem a contextualização de gêneros musicais, elementos de estrutura musical, vivências musicais coletivas voltadas à percepção individual e coletiva de musicalidades que habitam os sujeitos em suas mais diversas formas de experiência musical (SANTOS, 2020). Por este ângulo, se torna relevante um entendimento a respeito dos sentidos da integração da educação musical nos processos formativos das dimensões culturais e artísticas dentro da concepção de formação humana integral no ensino médio.…”

“…Pensar a Arte no ensino EPT requer a consideração de discussões sobre os sentidos da educação integral na vida da comunidade acadêmica, as intencionalidades e significados que esta modalidade de educação pode adquirir para a formação integral dos sujeitos. Isso significa, entre outros aspectos, discutir a possibilidade de que as instituições sejam consideradas espaços potenciais para mudanças macroculturais, sociais e políticas e não apenas das transformações econômicas, mas como lugares próprios de construção de novas possibilidades (Santos, 2020).…”

Principais temas das pesquisas acadêmicas sobre o ensino de música no Ensino Médio

“…Muitas dessas referências podem se limitar à algum tipo de abordagem apenas relacionada à música (atividades de interpretação de texto com letras de canções), sem cunho propriamente musical, bastante recorrente no Ensino Médio. Na atualidade, devido algumas ambiguidades da legislação acerca do ensino de Arteque possibilitam diferentes interpretações sobre a estrutura curricular e a contratação de professorescontinua ocorrendo a tendência para a prática polivalente, em sua maioria por professores habilitados em Artes Visuais (Penna, 2002;Queiroz & Marinho, 2007;Borges & Richit, 2020), sendo esta apontada nos estudos de documentos normativos analisados por diversos autores (Lopes, 2018;Ribeiro, 2017;Santos, 2020;Lautério & Figueiredo, 2021). "Esta prática, que se caracteriza por um único professor ensinando as diversas linguagens artísticas, tem sido discutida na literatura específica da educação musical, evidenciando a limitação deste modelo para a escola brasileira" (Lautério & Figueiredo, 2021, p. 48), principalmente por contribuir para a diluição dos conteúdos de cada linguagem artística, sobretudo a musical.…”

Educação Musical como campo científico

“…Outros impulsos para a discussão desse tema vieram com a produção de estudos do tipo "estado da arte" que buscam mapear a produção científica da área. Nessa direção podem ser citados os estudos de: Del-Ben e Souza (2007); Del-Ben (2013); Fernandes (2006;; Pires e Dalben (2013); Mateiro (2013); Mateiro, Vechi e Egg (2014); Galizia e Lima (2014); Bellochio (2015). Pode-se dizer que o debate epistemológico da educação musical, no Brasil, tem se centrado na discussão sobre a produção da área refletida nesse tipo de publicação.…”