Este artigo contextualiza os cursos de formação inicial de professores na arquitetura institucional de uma política federal brasileira e sinaliza seu potencial de reduzir as distâncias entre universidade, escola e profissão. Sublinhando a urgência de serem constituídas novas institucionalidades que concretizem os processos de formação de professores, António Nóvoa propõe a criação de “casas comuns” capazes de estabelecer ligações orgânicas entre o ambiente acadêmico, o cotidiano escolar e a profissão docente. No Brasil, uma política de abrangência nacional dialoga diretamente com essa proposta. Pouco estudada, começou a ser implementada em 2008, nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia e tem na verticalização do ensino um dos fundamentos de sua organização político-pedagógica, ofertando cursos de diferentes níveis, incluindo o ensino secundário e as licenciaturas. O quadro docente, por seu turno, com remuneração e plano de carreira equiparados aos professores universitários, leciona, na mesma instituição, tanto na educação básica quanto no ensino superior, atuando como professor pesquisador e formador de professores. É a essa experiência que o presente artigo se reporta. A partir de um estudo qualitativo de enfoque descritivo, recupera os antecedentes da política pública discutindo a fundação dessa nova institucionalidade em um cenário de escassez de professores. Direciona a atenção, então, à inovação institucional propiciada pelo modelo de verticalização, acenando para a sua potencial contribuição na constituição do que Nóvoa nomeia como o triângulo da formação docente, em cujos vértices estariam a escola, a universidade e a profissão. Ao final, problematiza os desafios para a consolidação da proposta.