Os pavimentos asfálticos devem possuir uma qualidade mínima para que estejam adequados às suas necessidades de uso. Um problema comum nos pavimentos no Brasil e no mundo é o trincamento motivado por fadiga. Esse problema é caracterizado pela repetição de carga atuante no revestimento asfáltico, gerando, inicialmente, microfissuras. Com o passar dos anos, as microtrincas coalescem dando origem às macrotrincas que, ao final da vida útil, podem levar o material à completa ruptura.Recentemente, autores têm utilizado a parte fina de misturas asfálticas, denominada Matriz de Agregados Finos (MAF), como passo intermediário para estimar o comportamento do Concreto Asfáltico (CA). Por definição, a MAF é composta por agregados miúdos, fíler e ligante asfáltico (Castelo Branco, 2008). Segundo a FHWA (2002), o agregado mineral é responsá-vel por, aproximadamente, 80% da resistência à deformação permanente de misturas asfálticas, e os outros 20% são dados pelas propriedades do ligante asfáltico. Com relação à fadiga, 60% da resistência é atribuída às propriedades do ligante asfáltico e 40% às propriedades dos agregados minerais, seja pelas suas característi-cas individuais, ou pela distribuição granulométrica da combinação dos mesmos. Quando a MAF é utilizada como passo intermediário, parte da influência do agregado mineral e quase que a totalidade da influência do ligante asfálti-co são contabilizadas, principalmente na tentativa de prever a resistência ao dano por fadiga.Além do já citado, existem outras questões na literatura com relação ao uso da MAF para a avaliação da resistência ao trincamento por fadiga, como a determinação do tamanho máximo do agregado miúdo a ser utilizado nessa porção da mistura. Alguns trabalhos (Kim et al., 2003;Zollinger, 2005; Arambula, 2007;Masad et al., 2007;Caro et al., 2008;Castelo Branco, 2008;Vasconcelos et al., 2009; Aragão, 2011) adotaram a peneira #16 (1,18mm) como sendo o limite superior para moldagem das amostras de MAF. Aragão et al. (2010) e Resumo: O trincamento por fadiga em misturas asfálticas pode estar relacionado a fenômenos de pequena escala (microtrincas). Autores têm utilizado a parte fina de misturas asfálticas, denominada Matriz de Agregados Finos (MAF), para estimar o comportamento das mesmas. O objetivo desse estudo é avaliar a influência do Tamanho Máximo Nominal (TMN) dos agregados miúdos na resistência ao trincamento de misturas asfálticas. A partir da dosagem de um Concreto Asfáltico (CA), foram dosadas três MAFs com diferentes TMNs. Para maiores TMNs, menores foram os teores de ligante asfáltico obtidos. As MAFs foram submetidas a ensaios de fratura em semicírculo, a fim de medir a energia dissipada durante o trincamento, em duas temperaturas: 15 e 25°C. Os resultados indicaram que, para 15°C, quanto menor o TMN, maior foi a resistência ao trincamento das misturas asfálticas. Para 25°C, acredita-se que outros mecanismos de dano ocorreram simultaneamente, dificultando a hierarquização das misturas asfálticas pelo TMN.Palavras-chave: Trincamento. MAF. TMN.
Abstr...