Bebidas lácteas de soja, consumidas em grandes quatidades nos dias atuais, possuem alto teor de isoflavonas (30,02 mg/L a 63,6 mg/L). As isoflavonas, são compostos orgânicos naturais, não esteroides, de origem vegetal, presentes principalmente na soja (Glycine max (L) Merrill). São denominadas fitoestrógenos, possuindo estrutura química e funcional semelhante à do estrogênio. O consumo de alimentos que possuem isoflavonas esta relacionado a prevenção e redução do desenvolvimento do câncer de próstata, sendo uma das vias, a diminuição da testosterona. A testosterona é um hormônio essencial para a espermatogênese e alterações em sua concentração pode gerar danos funcionais, levando à infertilidade. Atualmente, dados fragmentados sobre os efeitos do consumo de alimentos que possuem isoflavonas, como as bebidas lácteas de soja, nos testículos e epidídimos, dificultam definir uma dose segura de ingestão diária para a espermatogênese. O objetivo deste trabalho foi avaliar sistematicamente, dados na literatura que mostrem os efeitos das isoflavonas da soja nos testículos de modelos murinos. Além disso, avaliar o impacto das bebidas lácteas de soja (transgênica e não transgênica) e do leite de vaca em testículos e epidídimos de camundongos Balb C adultos, durante 42 dias, nos testículos e epidídimos. A revisão sistemática foi realizada de acordo com as diretrizes do PRISMA, utilizando uma busca estruturada em três bases de dados, recuperando e analisando 22 estudos originais. As isoflavonas mais utilizadas nos trabalhos avaliados foram a genisteína/daidzeína conjugadas e seu consumo altera negativamente a função das células de Leydig, podendo levar à infertilidade em modelos murinos. No estudo experimental, após o período de tratamento, os animais foram anestesiados e pesados. Os testículos e epidídimos foram removidos, dissecados e pesados, para análises posteriores. Fragmentos testiculares e epididimários foram processados para microscopia de luz. Os resultados foram comparados pelo teste Student Newman-Keuls (p<0.05). O tratamento com bebidas lácteas de soja resultou em diminuição do peso corporal. Os níveis séricos de testosterona permaneceram inalterados durante um ciclo espermatogênico. Entretanto, nos testículos, o tratamento as bebidas lácteas de soja causaram alterações morfológicas nas células de Leydig, não excluindo seu efeito na produção de testosterona após um período maior de tratamento. O Leite de vaca causou aumento do diâmetro e área de túbulo e diminuição do diâmetro e área de lume. No epidídimo, o tratamento com as bebidas lácteas de soja resultou no surgimento de vacuolização no epitelio e redução dos túbulos normais nas regiões do segmento inicial e corpo. Concluimos que altas doses de isoflavonas alteram negativamente o funcionamento das células de Leydig, induzindo alterações testiculares, levando à infertilidade em modelos murinos. No estudo experimental, as bebidas lácteas de soja por um ciclo do epitélio seminíferos causa alterações morfológicas nas células de Leydig, além de alterações na histologia epididimária. O leite de vaca pode afetar a espermatogênese, uma vez que diminuiu o epitélio. Alterações na estrutura ou função do testículo e epidídimo pode gerar graves consequências para a reprodução. Nosso estudo pode contribuir para a utilização das bebidas lácteas de soja e leite de vaca serem consumidos garantido a saúde reprodutiva masculina. Palavras-chave: Soja. Isoflavonas. Fitoestrógenos. Reprodução. Machos.