Egressos De Internação Psiquiátrica Acompanhados Na Rede De Serviços De Saúde

Abstract

Objetivo: Acompanhar e avaliar a adesão do portador de transtorno mental aos tratamentos após sua alta hospitalar. Método: Estudo descritivo, transversal, baseado em dados primários e secundários. Variáveis sociodemográficas e clínicas, informadas e registradas nos retornos aos serviços, coletadas durante 21 meses e analisadas. Resultados: Dos 875 egressos, 71 atenderam aos critérios de inclusão do estudo. Maioria branca, entre 40 e 49 anos, sexo masculino, solteiros, sem companheiro, nível fundamental incompleto, internações anteriores e prevalência dos diagnósticos F20-F29 e F30-F39. O estado mental, prevalente na alta, foi calmo, associado a vários diagnósticos, sem proposta terapêutica para o pós-alta. Maioria compareceu aos retornos agendados, com pouca adesão aos tratamentos oferecidos, segundo Teste Morisky-Green. Acolhimentos realizados principalmente pela equipe de enfermagem. O atendimento das equipes não está centrado na reabilitação psicossocial. Conclusão: O portador de transtorno mental comparece aos serviços de saúde mental, porém não se observam resultados significativos na sua reabilitação.

Assistência de Enfermagem ao paciente portador de esquizofrenia

“…Os cuidados de enfermagem além de assumirem caráter assistenciais, tais como, administração de medicamentos, observação comportamental, adesão medicamentosa, dentre outros, deve estar relacionada ao esclarecimento de dúvidas sobre toda a fase terapêutica, riscos emocionais, promoção de autonomia ao paciente, realização de avaliações, as quais possibilitam acompanhamento da evolução, além da escuta dos familiares, como pode ser observado na Tabela 3. Castro et al (2019) Acolhimento aos pacientes, além da construção do plano terapêutico. Bard et al (2020) Estar atento aos riscos físicos e emocionais, estimular saída do quarto, orientar sobre higiene do sono, promover e permitir escolhas quando possível, evitar exaustão física e mental do paciente, realizar feedback positivo ao enfrentamento, promover estímulos cognitivos, orientar comportamento adequado, realizar escuta ativa e mediar conflitos interpessoais.…”

“…(Ferraz et al, 2019;Casaleiro et al, 2017;D' Assunção et al, 2016;Humerez, 2012) Outrossim, acolher e construir um plano terapêutico holístico, minimizar o cansaço psicomotor do paciente, realizar feedback positivo ao enfrentamento, proporcionar melhorias intelectuais, promover escuta ativa e comunicação efetiva, mediar confrontos interpessoais, estimular relação de ajuda profissional, além de desempenhar ações concentradas no cuidado físico, como administração de medicamentos, vigilância e observação do comportamento dos pacientes, incluem práticas assistenciais de enfermagem no manejo ao paciente esquizofrênico. (Oliveira et al, 2016;Castro et al, 2019;Bard et al, 2020;Coelho et al, 2020) As práticas assistenciais devem ser norteadas por materiais científicos, buscando respeitar o paciente esquizofrênico em todas as suas dimensões, embasadas nos conceitos da Reforma Psiquiátrica Brasileira.…”

“…De acordo com Silva et al (2018) e Silva et al (2020), a assistência de enfermagem aos pacientes esquizofrênicos deve basear-se em teorias fundamentadas nos princípios da Reforma Psiquiátrica Brasileira e da Política Nacional de Humanização, considerando as necessidades e direitos dos pacientes enquanto seres humanos, para que alcance qualidade e forneça o cuidado humanizado. Conforme afirmam Castro et al (2019), Oliveira, Júnior e Furegato (2019, a prevalência dos acolhimentos dos pacientes em sofrimento psíquico é realizado pelo profissional de enfermagem. Deste modo, os cuidados ofertados aos pacientes devem promover a assistência humanizada e estabelecer o vínculo enfermeiro-paciente, proporcionando o acolhimento efetivo.…”

Percepção sobre a alta hospitalar de pessoas internadas em unidade de atenção psicossocial

“…Um estudo que acompanhou e avaliou a adesão da pessoa em sofrimento psíquico aos tratamentos após sua alta hospitalar demonstrou que os usuários não possuíam proposta terapêutica para o pós-alta e que o atendimento das equipes não está centrado na reabilitação psicossocial (15) . Esse resultado pode indicar a fragilidade do planejamento da alta hospitalar junto ao usuário e família, que podem ficar desamparados.…”

“…As relações familiares são mediadas cotidianamente por emoções decorrentes das dificuldades impostas pelo sofrimento psíquico. Desse modo, é essencial que a família esteja ciente acerca das condições do sofrimento e, assim, forme, juntamente com a pessoa, uma rede de apoio para que exista sentimento de segurança no retorno ao lar (15) .…”