“…Dessa forma, definimos os seguintes tópicos para a análise: (1º) "as políticas de educação como um campo de batalha", (2º) "agenda conservadora e a emergência da extrema-direita", (3º) "o pânico sexual em torno das exposições artísticas" e (4º) uma inovação discursiva do conservadorismo cristão".No primeiro tópico, que aborda os confrontos em torno das políticas de educação, demos destaque ao constante uso do discurso da "ideologia de gênero" na justificação da manutenção de uma política de educação pautada unicamente em princípios conservadores e heteronormativos(Borges & Borges, 2018;Freire, 2018;Rosado-Nunes, 2015), mantendo-a avessa à diversidade sexual e de gênero emergente na sociedade brasileira. Inclusive, neste campo político, o discurso da "ideologia de gênero" amparou a proposição de medidas repressivas, como o cerceamento da atividade docente e da liberdade de expressão nas escolas, a partir da defesa da proibição de qualquer tipo de referência da comunidade escolar a temáticas como gênero, sexualidade, LGBT, feminismo, educação sexual, etc.Tal questão já foi abordada por uma série de trabalhos acadêmicosem uma diversidade de artigos(Borges & Borges, 2018;Freire, 2018;Reis & Eggert, 2017;Rosado-Nunes, 2015;Silva, Brabo & Morais, 2017;Souza, 2018), e em dissertações de mestrado e teses de doutorado(Cavalcante, 2017;Maia, 2017;Mendonça, 2017;Moreno, 2016;Oliveira, 2017;Orofino, 2018;Silva, 2017)e pretendemos, neste tópico, tratar sobre a sua presença nos discurso de parlamentares no Plenário da Câmara dos Deputados. Cabe destacar que, dos discursos levantados para esta pesquisa, em torno de 60 pronunciamentos abordaram de forma prioritária o campo das políticas de educação, abarcando quase metade do corpus documental, sendo a temática que mais mobilizou o uso deste discurso nas discussões no Plenário da Câmara.…”