O cultivo de Physalis peruviana tem se destacado como alternativa promissora para pequenos e médios produtores, em decorrência da valorização da cultura. Entretanto, as informações quanto ao cultivo dessa espécie em condições edafoclimáticas brasileiras ainda são escassas, principalmente em relação aos parâmetros de cultivo e manejo da irrigação. Portanto, objetivou- se com a presente pesquisa avaliar as características morfológicas e hídricas de sementes, mudas e plantas de Physalis peruviana. Desta forma, foram conduzidos experimentos de janeiro de 2019 a agosto de 2021, no Laboratório de Sementes do Departamento de Agronomia e na Área Experimental de Irrigação e Drenagem do Departamento de Engenharia Agrícola, pertencentes a UFV. Para os estudos da germinação das sementes, estas foram submetidas primeiramente a diferentes temperaturas (10, 15, 20, 25, 30, 35, 40 e 20-30 °C) e posteriormente foi realizada a combinação de diferentes temperaturas (20, 20/30, 30 e 40 °C) e potenciais osmóticos (0; -0,3; -0,6 e -0,9 MPa). Para os estudos relacionados às mudas foi avaliada a interação entre quatro recipientes (polipropileno de 200 cm³, recipientes de polipropileno de 100 cm 3 , sacos de polietileno de 400 cm³, bandejas de poliestireno expandido de 128 células de 18 cm³) e seis substratos (solo + areia, substrato comercial Maxplant ® , solo, solo + areia + substrato comercial, solo + areia + substrato comercial + esterco cama de aviário; proporção: 1:1:1:2 e solo + areia + substrato comercial + esterco bovino curtido; proporção: 1:1:1:2). Os estudos de demanda hídrica e coeficiente de cultura (Kc) foram conduzidos em estação lisimétrica, com quatro tratamentos: cultivo de P. peruviana sem cobertura de papel (C); cultivo com papel reciclado como cobertura (CP); lisímetro ocupado com apenas papel reciclado (P); e lisímetro cultivado com grama batatais (G) e realizadas avaliações quanto a fenologia da cultura, características dos frutos, trocas gasosas, produtividade e índice de vegetação pelo NDVI. A determinação do ponto de murcha permanente ocorreu em casa de vegetação com cultivo em vasos. Os tratamentos foram constituídos pela combinação de solos com texturas distintas (solo franco- argilo-arenoso e arenoso) e onze períodos de imposição de déficit hídrico. Com os testes de germinação foi possível determinar as temperaturas em que as sementes de Physalis peruviana apresentaram melhor desempenho germinativo, sendo na faixa de temperaturas entre 20 e 35 °C. A baixa disponibilidade hídrica afetou negativamente as características de germinação das sementes. Para a produção de mudas, destacou-se o recipiente de maior volume e o substrato S6 (solo + areia + substrato comercial + esterco bovino curtido na proporção: 1:1:1:2) como os que proporcionaram melhor desenvolvimento e qualidade das plantas produzidas. Para determinação dos parâmetros técnicos de cultivo de P. peruviana, observou-se que o uso do papel como cobertura do solo reduziu significativamente o consumo hídrico, principalmente na fase inicial e final da cultura, reduzindo também os valores de Kc. Apesar dessa redução hídrica, não houve prejuízos às características fisiológicas e agronômicas da cultura. Já em relação ao ponto de murcha permanente observa-se que pode variar de acordo com a textura do solo e do desenvolvimento da cultura. Palavras-chave: Crescimento de plântula. Emergência. Déficit hídrico. Estádios de desenvolvimento. Consumo hídrico.