Afirmando-se a vida, constrói-se o tempo: experiência, emoções e ativismo político contra a AIDS 1 Carlos Guilherme Octaviano do Valle*
ResumoEste artigo tem o objetivo de discutir a relação entre o ativismo biossocial e político de HIV/AIDS e a linguagem cultural das emoções. Minha proposta enfoca dois eixos específicos de análise: 1) a formação de sujeitos soropositivos, isto é, a sua automodelação como pessoas "vivendo com HIV" e, em razão disso, 2) a sua inserção e formação como ativista no movimento biossocial de HIV/AIDS. Por um lado, a testagem anti-HIV é um evento central de um longo processo de automodelação e construção identitária que evidencia a importância das emoções. Por outro lado, a participação de pessoas de diversos status sorológicos em atividades das ONGs, grupos de ajuda mútua, redes ativistas, possibilita entender a micropolítica das emoções, dos corpos e das performances culturais que estão diretamente associadas à epidemia. Este artigo está baseado em pesquisa que vem sido conduzida pelo autor.
Palavras-chaveAIDS. Emoções. Ativismo.
AbstractThis article aims to discuss the relationship between biosocial and political activism regarding AIDS and the cultural language of emotions. My proposal is focused on two specific axes of analysis. Firstly, the formation of HIV-positive individuals, in other words, their self-shaping