As organizações têm vindo a sofrer diversas alterações, sendo que a forma como os indivíduos são vistos passou de uma perspetiva de mão-de-obra ou trabalhador para uma abordagem de colaborador. No seio de uma organização, todos os indivíduos comunicam naturalmente entre si, tornando-se impossível não comunicar. A presença dum indivíduo, só por si, já transmite uma mensagem para o mesmo ou para os outros. Mesmo quando nada é dito, está-se a transmitir que não se pretende comunicar, e esta ação só por si já se traduz em comunicação. Relativamente à definição de comunicação, opomos uma definição mecanicista, que essencialmente se resume a um indivíduo que emite a mensagem a outro através de um canal (modelo de Jakobson, 1969) a um modelo de orquestra, no qual a comunicação é definida por relações interpessoais que se estabelecem em contextos sociais (Goffman, 2002; Watzlawick, 2011). A par destas mudanças, a atuação dos colaboradores no interior das organizações tem sofrido alterações, reconhecendo-se a importância da motivação dos mesmos para o sucesso da organização. Por seu turno, estudos recentes relacionam a qualidade da comunicação organizacional com o êxito organizacional, que, por sua vez, também está relacionado com a motivação dos colaboradores. Existem diversas teorias motivacionais, que essencialmente se dividem em três grandes grupos: conteúdo, processo e resultado. Em síntese, a organização é composta por indivíduos que comunicam entre si e criam relações. Estas relações são fundamentais para se poder falar em motivação, pois dificilmente alguém consegue estar motivado se não se sentir bem no seu local de trabalho. O principal objetivo deste trabalho é a apresentação dos resultados da leitura crítica de bibliografia de fundamentação teórica para o estudo da relação entre a comunicação interna das organizações e a motivação dos colaboradores.