Ensinar e aprender na educação do campo: processos históricos e pedagógicos em relação

Abstract

Neste texto resgatamos algumas questões históricas da constituição de práticas educativas, que emergem das necessidades de diferentes grupos sociais em acessar a educação, privilegiando a educação popular como uma das matrizes pedagógicas constituintes da educação do campo. Esta é compreendida como uma prática social e política, que se efetiva nos processos de ensino e aprendizagem, e que nos propomos a discutir, na especificidade das escolas do campo. Essas práticas são tomadas como iniciativas construídas para superar modelos organizacionais e didáticos no currículo escolar. Para desenvolver esta discussão, após situarmos o campo do debate historicamente construído, estabelecemos um diálogo entre a relação do que identificamos nas práticas pedagógicas e o que é evidenciado como problemática na apropriação do conhecimento escolar. Esta reflexão incidirá na perspectiva de problematização sobre a efetivação de propostas alternativas na dinâmica curricular das escolas do campo.

Distance Classes x Classes in Rural Schools: Difficulties related to the changes brought by the COVID-19 pandemic

“…The authors also state that this model "does not include the population as the protagonist of a local and global social project, does not involve them as active and creative subjects, and does not present the real conditions that bring possibilities to improve the lives of rural inhabitants" (p. 183), causing them to be reduced to producers for subservience to capitalism. Antonio and Lucini (2007) point out that rural education teaches peasant inhabitants to read, write, perform mathematical operations and, above all, to settle these people on their land with agricultural techniques. Pereira (2016a) complements the authors by stating that this educational model imposes from the top down teachings that are not practical to the residents of rural areas, that is, the subjects and examples covered in the classroom are decontextualized from the lives of these people; teachers who do not have knowledge of the experience in the field; Books and materials used in the classroom do not match what is practiced by the students, bringing the urban reality to the countryside, because this model was considered advanced, leading this supposed improvement to the backwards.…”

A luta pela educação do campo no contexto das políticas educacionais no Brasil

“…Tendo isso em mente, destacamos que a população rural foi sistematicamente relegada às margens do sistema educacional, como parte de um projeto de dominação que teve como base o controle restritivo do acesso ao conhecimento e às informações. O processo de urbanização gerou uma polarização campo/cidade na qual o primeiro seria sinônimo de atraso/passado, enquanto a segunda seria marcada pelo progresso/ futuro, com a consequente precarização da oferta educacional para a população rural (ANTONIO; LUCINI, 2007).…”

“…A proposta de uma pedagogia do movimento no seio do MST, alicerçada nos pressupostos freirianos da pedagogia libertadora, serviria como fundamento para a promoção da consciência de classe e a luta pela terra. Esse processo marca a transição de uma educação rural, alinhada com os interesses do capital agrário, para uma educação do campo, embasada nas demandas do campesinato (ANTONIO; LUCINI, 2007). Ribeiro (2015) lembra que a educação do campo surgiu como resultado da luta pela terra e o acesso aos direitos sociais básicos, como saúde, moradia e educação.…”

Reflexões acerca do currículo das escolas do campo brasileiras

“…Processos que adentram a escola, nos seus aspectos organizacionais e didáticos do currículo escolar. (Antonio & Lucini, 2007).…”